domingo, 13 de maio de 2018

PELA VERDADEIRA ABOLIÇÃO





Dia 13 de Maio, “Abolição da Escravatura no Brasil”, não vejo como uma data a se comemorar, mas sim para refletir. Hoje 130 anos após a assinatura da referida lei, a população negra e não branca continua mascando granitos, marginalizada e vitimas de todo tipo de violência.
Nossa reflexão deve começar com o sequestro de nossos antepassados em solo africano, a participação efetiva da Santa Madre Igreja, apoiando e lucrando com tal pratica, com a luta solitária dos escravos pela liberdade, nas insurreições, assassinatos, abortos, organização de quilombos, etc.
Não podemos nos esquecer da Revolução Industrial – o avanço capitalista, e a transferência das lutas travada nas senzalas, nos canaviais, cafezais, minas, para o Parlamento, com as chamadas “leis para inglês ver”, que eu costumo dizer que com elas vieram às primeiras crianças e idosos abandonados da história do Brasil. A Lei Áurea, trouxe a “liberdade”, do trabalho escravo, porém em seu bojo veio o desemprego, a fome, o crime por vadiagem, a repressão policial, a todas as ações dos ex escravos.
A Lei Aurea é uma lei com apenas dois artigos: Art. 1º É declarada extinta desde a data desta Lei a escravidão no Brasil. Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário..., não assegurou a inserção do negro no mercado de trabalho, seja ele urbano ou rural, acesso a educação e saúde.
E mesmo após a “abolição” as mãos brancas do Estado continuaram a castigar os negros e não brancos, de forma oficial, com os castigos corporais dentro da Marinha do Brasil, pratica que culminou com a Revolta da Chibata, em novembro de 1910, onde os oficiais da armada eram quase todos descendentes dos antigos senhores da casa grande.
Apesar das lutas travadas desde a entrada dos primeiros negros em solo brasileiro até os dias de hoje pouca coisa mudou. Continuamos sendo devorado pelos caninos brancos do sistema capitalista, que é um regime racista, machista e excludente.
A luta dos negros e não brancos deve ser tratada como algo que ultrapasse as fronteiras da cor da pele, sem gênero, mas algo maior, pois exigir do sistema coisas como: educação de qualidade, acesso integral a saúde, direito irrestrito a moradia, segurança publica e o fim do genocídio da juventude negra, acesso a cultura e lazer entre outros não é reivindicar privilégios, mas sim direitos, porque nossos deveres conhecemos muito bem.  

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