terça-feira, 30 de novembro de 2010

domingo, 28 de novembro de 2010

Não percam as cenas do proximo capitulo

Eu já estava me preparando para a concorrência de concessão pública de transporte coletivo urbano em Botucatu, que aconteceria na próxima terça feira. Havia até feito um pedido especial para os deuses dos desvalidos usuários do transporte coletivo urbano.
Já me via dentro de um coletivo amarelo e branco circulando pelas ruas de nossa cidade, e o que é melhor no horario.
Agora é esperar, já estou cansado de pagar pra ver. Na verdade só aqueles que não utilizam o serviço é que dizem que o mesmo é bom. Aliás esta mudança eu espero desde 1º de janeiro de 2009, “que beleza”.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

E VAMOS A LUTA - GONZAGUINHA

“Brasileiro é tão bonzinho”

Tem coisas são difíceis de acreditar, como por exemplo a matéria da postada no site da Prefeitura Municipal a respeito do pagamento dos servidores públicos municipais bem como o 13º salário. Dá-se a impressão que tal ato é um ato de bondade da administração municipal.
Receber seus vencimentos em dia é direito dos trabalhadores, e um dever do empregador, neste caso do administrador publico. O mais absurdo desta nota é que a propaganda da administração é mais importante que a segurança dos servidores, pois eles se esquecem que os membros da categoria podem ser vitimas de violência, como assaltos e roubos.
E sobre o vale compras alimentos é bom lembrar que no atual governo o mesmo está desvalorizado, sem um único centavo de reajuste e também um dever.
Quanto à “situação financeira saudável que vive a Prefeitura de Botucatu”, é um desejo de toda a categoria que a mesma continue assim,quem sabe no proximo ano nas negociacões salariais da categoria nos renda melhores frutos, e porque mo passado já tivemos pagamento parcelado e 13º salário..., isso era luxo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

QUANDO O CARNAVAL CHEGAR

Comunicado quase oficial (jogando conversa fora)

Galera agora que eu acordei, já estamos no final de novembro e logo é carnaval. Mas sabe como é este ano de copa do mundo, eleições primeiro e segundo turnos e nos perdemos no tempo. E como carnaval é coisa séria, não parece mas é, a política que esta meio brincadeira. Nós reunimos o alto comando do bloco, falo do Bloco Carnavalesco “Se Vira nos Trinta”, foi assim que começou cresceu, ficou forte cheio de valor, mas nos últimos tempos tá ficando fraquinho, fraquinho, e para que isso não continue a acontecer é que traçarmos algumas metas.
Inicialmente criamos uma comissão, que fez a seguinte propositura, temos que contratar um carnavalesco, isso porque temos em mente uma reforma ampla, em todas os departamentos da organização. Que possivelmente tornar-se-á uma escola de samba, com uniformes, ou melhor fantasias, confeccionadas sob medida, alegorias, adereços ou seja tudo que tivermos direito, pois nosso grande objetivo é uma perseguição implacável ao título.
Os baixos recursos da instituição não possibilitou a contratação de um nome de peso, para a função de carnavalesco, na reunião da comissão rolou um lero de contratarmos o Joãozinho Cinco, cidadão de bom papo e muito criativo.
Isso pode não acontecer de imediato, mas temos tempo para tanto, o importante é fazermos a coisa bem feita sem atropelos, pois um carnaval bem feito e organizado será nossa grande grande contribuição para o futuro. Portanto meu irmão, é importante lembrar que estamos juntos nessa grande empreitada, vamos alugar um espaço para nossas reuniões e em uma destas manhãs quando o sol brilhar, brindaremos nossa nova estrutura, com muito suco de laranja, discursos, fogos, presença da imprensa, tudo que temos direito.
Quem sabe em dois mil e doze, para dois mil e treze fazermos nosso grande carnaval. Este é o legado que deixaremos para nossos sucessores.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

É a politica, ou seria politicag...

Vereador Nenê, não sou vereador caso fosse teria meu voto para a presidência da Casa de Leis. Já elegemos uma mulher para a Presidência da Republica, que tal um Negro dirigindo o Legislativo Municipal.
Mas infelizmente acho que somos a minoria, o resto é rolo compressor.



Falando em Lei, existem aquelas que continuam a ser ignoradas, como por exemplo a Lei do Assedio Moral. Existe muita gente fazendo o que bem entende, sem a menor preocupação com a mesma.
Além dos “caciques” da Prefeitura, temos também servidores com a faca no pescoço em entidades conveniadas, das parceirias com o municipio, a humilhação é grande. Mas para que se preocupar com servidores, ainda está longe à eleição municipal, quando esta se aproximar vamos receber cartinhas carregadas de propostas e boas intenções, até lá é mascar granitos, de vez em quando temos um Coffee Break. Como é mesmo aquela frase? Ah, lembrei, “Botucatu merece mais”.

domingo, 21 de novembro de 2010

Mato Seco - Resistência

O que quer o movimento negro?

A resposta para esta pergunta é simples, queremos mais ação e menos discurso. Que sejamos reconhecidos como os construtores deste país, que temos uma historia, uma cultura e temos também nossos heróis.
Ouvi muitos discursos estes dias, e uma mesma cantilena “não devemos chorar as atrocidades da escravidão, temos que seguir em frente”, eu não choro os crimes do período escravagista, choro os crimes atuais, do período da escravidão eu quero que seja contada a verdadeira historia do negro neste país. Que foram os negros os primeiros a falarem e lutarem por liberdade, antes mesmo de Tiradentes.
Que há cem anos atrás João Candido e outros tantos lutavam contra os castigos corporais dentro da Marinha Brasileira, um centenário esquecido, não devemos contar apenas a historia dos vencedores, mas também dos vencidos.
Somos a maior população negra fora do continente africano, nos bancos escolares aprendemos a historia do Egito, mas na maioria de nossos livros didáticos não dizem que o Egito fica no continente africano. Aliás quando o assunto é literatura, senta que lá vem Machado de Assis, não que este não seja importante, é que temos tantos outros esquecidos, quem já leu Martinho da Vila? O cara não é somente cantor e compositor, são ao todo doze livros publicados, Nei Lopes outro nome do samba tem dezesseis obras publicadas, será que encontramos alguma publicação dos autores acima em uma de nossas bibliotecas publicas?
Quando o samba era coisa de preto, era caso de policia agora virou business, está embranquecendo, o negro está cada vez mais longe das escolas de samba, porque não tem grana.
“Aonde anda a “democracia racial” que não permite uma postura
critica, ou reivindicativa no tocante a questão racial, se que sejamos tachados
de racistas ao contrario...(Alagbara)”, esta é a mais pura verdade, ouvimos que vivemos em uma democracia racial, basta nos irmos a escola que tudo se resolve, teoricamente sim se o tivéssemos ensino publico de qualidade em todos os ciclos – fundamental e médio como temos em nível superior.
E o sistema publico de saúde, este está a “UTI”, existem doenças que não são doenças de negro e sim de pobres, como a tuberculose, a terrível coincidência é que a maioria da população pobre é negra. Somos as maiores vitimas da violência, os números dizem isso. E em nossa cidade o ex-secretario municipal de segurança, encarou isso de frente, o primeiro que falou e praticou a “cultura de paz” nesta cidade, mas como era do governo anterior (hoje oposição) ainda é criticado por isso, dizem que no governo anterior os assuntos ligados a população negra eram tratados pela Secretaria de Segurança.
Temos também o mercado de trabalho onde costumam pedir profissionais qualificados e de boa aparencia, onde exclui o negro com apenas duas palavrinhas "boa aparencia", pois o conceito de beleza é a beleza das novelas, revistas e publicidade, ou aquele que mais se aproximam destas.
Políticas publicas não tem cor, nem bandeira partidária. Se a democracia é Governo do povo, sistema em que cada cidadão participa do governo; A influência do povo no governo de um Estado, devemos não só reivindicar, exigir nossos direitos, direitos que não apenas dos negros, mas de todos os brasileiros.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Sociedade Recreativa Luiz Gama e eu

Corria o ano de mil novecentos e sessenta e oito e minha família resolveu mudar-se para Botucatu. Fomos morar na Vila São Luiz e tudo para mim era coisa nova, dos vizinhos até a ferrovia passando ao lado de casa.
Foi neste período que ouvi falar na Sociedade Recreativa Luiz Gama, ou o “Gama” simplesmente, via a agitação da vizinhança confeccionando roupas novas, adquirindo calçados para os bailes da agremiação, e nos dias de baile parecia uma grande festa.
Isso despertou em mim grande curiosidade, mistério que só foi desvendado no carnaval do ano seguinte, quando fui levado por minhas irmãs mais velhas a um “matinê carnavalesco”, entrei no clube e me encantei com o colorido dos confetes e aquele emaranhado de serpentina pelo salão. O “Gama” ficava na Avenida Santana, na penúltima quadra de quem desce a citada via em seu lado direito, e também havia entrada ou saída, como preferir pela Rua General Telles. Foi uma tarde inesquecível, torci desesperadamente para chegar a teça feira, para retornar aquele ambiente, a terça feira de carnaval veio e se foi e quarta feira de cinzas era só tristeza, teríamos um ano pela frente até o próximo carnaval.
O tempo se arrastou, mas finalmente chegou o grande dia, domingo de carnaval, o garoto trajado de tênis, bermuda e camiseta começou a pular pelo salão, mas as coisas foram se apagando eu só ouvia o som da banda entoando as velhas e boas marchinhas. Galguei então uma escada e estava lá sobre um mezanino de onde trombones, trompetes e a percussão faziam o som que animava a garotada – o palco, vi um surdo dando mole e comecei a fazer a marcação, foi um momento mágico que só sentirá quando despertei e encontrei ao lado de minha cama uma bola de futebol “Roberto Rivelino”, o craque corintiano daquele período. Os músicos não me pediram para deixar o local, muito pelo contrario incentivá-lo a ficar tinha jeito pra coisa.
Neste dia apareceu meu grande sonho, desfilar no “cordão”, como era denominado o desfile das escolas de samba, desfilar na bateria do Luiz Gama. Nesta época os clubes tradicionais da cidade como a Associação Atlética Botucatuense e Botucatu Tênis Clube participavam com suas escolas de samba do carnaval da cidade.
O desfile da Sociedade Recreativa Luiz Gama, tinha inicio em sua sede social na Avenida Santana, desfilavam por esta e parte da Avenida Dom Lucio, quando então adentravam em uma de suas travessas e chegavam até a Rua Amando de Barros, o ponto alto do desfile. O que me deixava bolado nesta época era um folião que todos os anos se fantasiava de índio, saia com a escola quando esta deixava a sede, mas nunca chegava desfilar pela Rua Amando, era uma figura conhecida na cidade e segundo os mais velhos este fora jogador de futebol, goleiro dos bons, que infelizmente acabou como andarilho em nossas ruas – Sombra, este era o cara.
Em mil novecentos e setenta e um, um dos últimos carnavais da entidade a bateria desfilou de fraque e cartola nas cores verde e amarelo homenagem a seleção brasileira campeã mundial de futebol no ano anterior. Participar do carnaval de rua de Botucatu defendendo as cores do “Luiz Gama” foi mais uma vontade se perdeu no tempo.
Hoje depois de muitos carnavais e tantas batalhas em defesa de nossos valores culturais, acredito que aquele clima da Sociedade Recreativa Luiz Gama, ajudou a forjar não somente o percussionista, mas principalmente o militante negro.

sábado, 13 de novembro de 2010

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Associação 13 de maio
fonte:http://www.ybytucatu.net.br/historia/culturanegra/13demaio.html


A história da organização social dos negros de Botucatu, que resultou na busca de maior espaço na sociedade local, começou bem cedo, ainda no início do século passado. Pode ser que tenha existido uma experiência anterior a isso mas, aparentemente, reduziu-se à velha Irmandade de São Benedito, ainda no século XIX e seus fins estavam restritos à atividade religiosa.

No começo do século XX funcionou uma forte entidade representativa chamada Associação 13 de maio. Sua finalidade era dar voz à comunidade e isso fica muito claro nas conclamações e convites para festas, publicados nos jornais da época. Por exemplo, quando da comemoração do 13 de maio de 1924, essa entidade deliberou comemorar a data da extinção da escravidão e organizou dois dias de atividades. No dia 12 de maio, em lugar chamado "de costume", houve um grande leilão de prendas e, no dia seguinte, foi observado o programa: 8 horas da manhã a abertura das comemorações com uma missa a ser rezada na Catedral, em intenção aos mortos na escravidão. Depois, pelas 14 horas, uma grande passeata cívica e, à noite, de novo no lugar de costume, "diversos divertimentos, tais como batuque, etc..."

Na convocação de abril daquele ano a Associação 13 de maio incluiu também uma programação de grande baile, na sede social, aos associados. Essas informações são inequívocas: havia uma sede, a comunidade tinha um corpo de associados, (que talvez não incluísse toda ela) e era muito ativa. Essa Associação 13 de maio, que parece ter sido a primeira da comunidade negra local, era dirigida pelos senhores Benedicto Fonseca, Chrispim José Fortunato, Américo Celso de Oliveira e Antonio Fabiano.

Até aquele ano as comemorações festivas eram realizadas no Largo do Rosário. Ali existira, até o ano anterior, 1923, a Igreja do Rosário, demolida para dar lugar à primeira Igreja São Benedito. Esta igreja foi inaugurada no 13 de maio de 1924. Apesar da demolição da Igreja do Rosário, o "lugar de costume" continuou sendo chamado de Largo do Rosário. Imenso, descia da atual Cardoso de Almeida até a Amando de Barros. No centro dele, a Igreja S. Benedito e, ao redor dela, um espaço que continuou a ser o sítio etno-histórico dos negros botucatuenses, até que os anos fossem lhe subtraindo as partes.

Em 1933, dez anos ou quase isso, depois, a Associação 13 de maio havia deixado de existir. Apenas uma "comissão organizadora dos homens de cor desta cidade", estava atuante. Eram seus membros os senhores Hugo Marques, o sargento Francisco Ferraz, Alfredo Rodrigues, Luiz Maranhão do Lago, dona Gabriela de Almeida, dona Benedita Coutinho, Amaro Amaral, Abílio de Camargo e Fernando de Camargo.

Novamente as comemorações da abolição empolgavam os membros da comunidade. Para o dia 13 de maio daquele ano estavam programadas as seguintes atividades: 5 horas : Alvorada; 8 horas: Missa pelos escravos mortos; 15 horas: sessão solene no Teatro Espéria, com hinos, cantos e recitativos e, finalmente, às 18 horas, Batuques, Sambas, e leilões, defronte à Igreja S. Benedito.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

NOSSA CASA

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Botucatu está de casa nova, desde a última segunda feira.
A sede social da entidade foi transferida para a Rua Damião Pinheiro Machado, 197 na Vila São Lucio. O imóvel em questão foi adquirido pela entidade e ainda está passando por reformas, mas já foi possível transferir para lá o atendimento, após a conclusão das obras será possivel a ampliação dos serviços prestados a categoria.
Mudou apenas a sede da entidade, a filosofia de trabalho continua a mesma, lutar de forma intransigente na defesa dos interesses e valorização da categoria.
“Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, mas se nos unirmos o bicho foge”. Pense nisso servidor, o Sindicato é da categoria, é nosso.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

É A VIDA...

Meus cambas, este blog ta muito cabeça só assuntos de negrão o negocio é pensar então numa ilu ayê odara, mas enquanto isso vou dar uma trégua, e falar de nossa terrinha, lugar bom de se viver, e muito por se fazer, como tapar buracos das ruas, melhorar acessibilidade, pois nossos passeios públicos, já não é tão publico assim, ou seja precisamos de menos rojões e mais ações. Vejam só:
Desde que foi aberto o processo licitatório para o transporte coletivo urbano em nossa cidade, um “manda chuva” da atual permissionária passou a habitar os corredores do palácio. Tem gente até achando que é mais um comissionado.
Ainda sobre o transporte coletivo em nossa cidade, é importante lembrar que existem no quadro de servidores funcionários contratados como fiscais de tráfego, mas pelo visto eles devem estar trancados em algum departamento. Eu nunca vi estes companheiros de trabalho em atividade.
Amandla.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Steve Biko

O líder sul-africano Banto Stephen Biko, também conhecido como Steve Biko, nasceu em 18 de dezembro de 1946, em King William’s Town, próximo da Cidade do Cabo, no extremo sul da África do Sul, e foi morto no dia 12 de setembro de 1977 após ser preso e torturado, por quase 24 horas ininterruptas, pela polícia política sul-africana. Os cinco policiais que o torturaram só confessaram o crime vinte anos depois de sua morte, em troca de anistia.
Após ter completado com sucesso os estudos secundários, em 1966 ingressou no curso de Medicina da Universidade de Natal. Logo em seguida, começou, de forma ativa e entusiasmada, a atividade política. No ano seguinte, já participava ativamente do movimento estudantil, destacando-se nas conferências devido a sua inteligência e poder de argumentação. Fundou e foi o primeiro presidente da OESA – Organização dos Estudantes da África do Sul.
Foi um dos grandes idealizadores e articuladores do Movimento de Consciência Negra, que objetivava o resgate da auto-estima e dos valores ancestrais do seu povo, preparando-os para o combate ao sistema de opressão e submissão a que estavam subjugados. Biko trabalhava por compulsão, varando noites, na leitura e na produção intelectual de textos que justificassem a sua ideologia de luta. Publicava-os em panfletos chamados ESCREVO O QUE EU QUERO, assinados com o pseudônimo de Frank Talk.
Foi um dos principais líderes sul-africanos, juntamente com Nelson Mandela. Deixou um legado de luta calcado no Movimento de Consciência Negra e no desenvolvimento dos Programas de Assistência à Comunidade, voltado para atender às necessidades básicas de sua gente.

domingo, 7 de novembro de 2010

José do Patrocínio

Se toda a propriedade é roubo, a propriedade escrava é um roubo duplo, contrária aos princípios humanos que qualquer ordem jurídica deve servir." Não se tratava apenas de uma retórica inflamada de nítida inspiração socialista, nem de um mero exercício de propagandismo desabusado que se poderia esperar de um dos jornalistas mais famosos do pais. Filho de um padre com uma escrava que vendia frutas, José do Patrocínio (1853 – 1905) sabia do que estava falando: senhor por parte de pai, escravo por parte de mãe, vivera na pele todas as contradições da escravatura.

Nascido em Campos (RJ), um dos pólos escravagistas do país, mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a vida como servente de pedreiro na Santa Casa de Misericórdia do Rio. Pagando o próprio estudo, formou-se em farmácia. Em 1875, porém, descobriu a verdadeira vocação ao um jornal satírico chamado "Os Ferrões” Começava ali a carreira de um dos mais brilhantes Jornalistas brasileiros de todos os tempos. Dono de um texto requintado e viril, José do Patrocínio - que de início assinava Proudhon -- se tornou um articulista famoso em todo o país. Conheceu a princesa Isabel, fundou seu diário, a "Gazeta da Tarde" virou o "Tigre do Abolicionismo". Em maio de 1883, criou, junto com André Rebouças, uma confederação unindo todos os clubes abolicionistas do país. A revolução se iniciara. "E a revolução se chama Patrocínio», diria Joaquim Nabuco.

Pouco depois de a princesa Isa­bel assinar a Lei Áurea, sob uma chuva de rosas no paço da cidade, a campanha que, por dez anos, Patrocínio liderara enfim parecia encerrada. “Minha alma sobe de joelhos nestes paços", diria ele, curvando-se para beijar as mãos da "loira mãe dos brasileiros”. Aos 35 anos in­completos, era difícil difícil supor que, a partir dali, Patrocínio veria sua carreira ir ladeira abaixo. Mas foi o que aconteceu: seu novo jornal, “A Cidade do Rio” (fundando em 1887), virou porta-voz da monarquia – em tempos republicanos. Patrocínio foi acusado de estimular a formação da "Guarda Negra", um bando de escravos libertos que agiam com violência nos comícios republicanos. Era um "isabelista".

Em 1889, aderiu ao movimento republicano: tarde demais para agradar aos adeptos do novo regime, mas ainda em tempo para ser abandonado pelos ex-aliados. Em 1832, depois de atacar o ditador de plantão, marechal Floriano, Patrocínio foi exilado na Amazônia. Rui Barbosa o defendeu, num texto vigoroso. "Que sociedade é essa, cuja consciência moral mergulha em lama, ao menor capricho da força, as estrelas de sua admiração?" Em 93, Patrocínio voltou ao Rio, mas, como continuou o "Marechal de Ferro", seu jornal foi fechado. A miséria bateu-lhe à porta e Patrocínio mudou-se para um barracão no subúrbio. Por anos, dedicou-se a um projeto delirante: construir um dirigível de 45 metros de comprimento. A nave jamais se ergueria do chão.

sábado, 6 de novembro de 2010

Cambas, hoje ainda vivendo uma ainda um clima pós eleitoral, quando as maioria dos brasileiros resolveram colocar os destinos desta nação,nas mãos de uma mulher fato inedito, no mês da consciência negra é importante lembrarmos de outras mulheres de luta nascidas ou não neste solo.
É o caso de Luiza Mahin, que lutou e deixou um herdeiro de igual valor na intransigente luta pelo fim da escravidão negra no Brasil.
(Cambas = amigos, camaradas)


LUIZA MAHIN

Mulher negra africana nascida em Costa Mina, na África, que veio para a Bahia, no Brasil, como escrava e que se tornou líder da Revolta dos Malês (1835). Pertencia à nação nagô-jeje, da tribo Mahin, daí seu sobrenome, nação originária do Golfo do Benin, noroeste africano que no final do século XVIII foi dominada pelos muçulmanos, vindos do Oriente Médio. Tornou-se livre (1812) e sobreviveu trabalhando com quituteira em Salvador, Bahia, e dizia ter sido princesa na África. Participou de todos os levantes escravos que abalaram a Bahia nas primeiras décadas do século XIX, entre elas a Revolta dos Malês, a maior de todas as rebeliões de escravos ocorridas na Bahia. O movimento iniciou-se na noite de 24 para 25 de janeiro (1835), liderado por escravos africanos de religião muçulmana, que eram conhecidos na Bahia como malês. O dia foi escolhido propositalmente, pois enquanto os senhores celebravam no Bonfim, em Salvador, o dia de Nossa Senhora da Guia, os malês encerravam o Ramadã, mês de jejum dos muçulmanos. Cerca de 600 escravos e recém-libertos, por algumas horas tornaram-se senhores das ruas de Salvador, mas apesar dos comunicados entre revoltosos serem através de mensagens escritas em árabe e levante ter sido planejado cuidadosamente, os planos dos revoltosos foram revelados às forças da repressão e os líderes do movimento foram perseguidos e castigados brutalmente. Foram cerca de 70 mortos e 500 insurgentes punidos com penas de morte, prisão, açoites e deportação. A pretensa rainha conseguiu fugir para o Rio de Janeiro (1837), onde continuou a luta pela liberdade de seu povo até ser presa e desapareceu (1838), podendo ter sido deportada para a África.. Como negra africana, livre, da nação nagô, pagã, sempre recusou o batismo e a doutrina cristã, e um de seus filhos naturais tornou-se poeta e um dos maiores abolicionista do Brasil, Luís Gama.
Manoel Congo

Pelos idos de 1839, sonhar, querer e amar a liberdade era crime. Então Manoel Congo, que sonhava, queria e amava a liberdade, foi considerado criminoso pelos representantes da classe dominante.
Manoel Congo trabalhava como ferreiro e escravo na Fazenda Freguesia, hoje Arconzelo, no Rio de Janeiro.
Em busca da liberdade, o ferreiro fugiu acompanhado de mais trezentos negros da Fazenda Maravilha em direção a Santa Catarina.
Manoel Congo foi condenado a forca em 31 de janeiro de 1839 e seu crime foi sonhar, amar e querer a liberdade.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Meus amigos estamos no mês da Consciência Negra e por isso estou utilizando este espaço para divulgar um pouco sobre a negritude. Não é muita coisa, mas é a minha contribuição para que possamos saber mais sobre nossa gente e nossa cultura.
Chega de anonimato, consciência é conhecer nossa historia, para compreender o presente e construirmos o futuro.
Se não sabe agora poderá conhecer um pouco de Solano Trindade.


Solano Trindade nasceu no Recife, em 1908, e morreu em São Paulo, em 1974. Foi poeta, ativista político e homem de teatro. Participou dos históricos congressos afro-brasileiros realizados em 1934 e em 1937, respectivamente, em Recife e em Salvador.

Criador da Frente Negra de Pernambuco e do Centro de Cultura Afro-Brasileira, estruturou em Pelotas, RS, um grupo de arte popular já existente, transformando-o, em 1943, no Teatro Popular Brasileiro. No Rio de Janeiro, participou da fundação do TEATRO EXPERIMENTAL DO NEGRO. Ao mesmo tempo, destacou-se como grande nome da poesia de temática e vivência negras no Brasil.

Além disso, fundou em Embu, SP, um importante centro de arte popular. Segundo Souza, 2004, sua produção, elogiada por intelectuais estabelecidos, como Otto Maria Carpeaux, Roger Bastide e Sérgio Milliet, reconfigurou a história e a memória dos afro-brasileiros.

Recuperando eventos e trajetórias que negam os estereótipos de passividade e submissão, esforçou-se em contribuir, com sua poesia, para a difusão de fatos históricos ou já esquecidos, ou mostrados através de outra perspectiva nos livros de História do Brasil.

Assim, escreveu: “Eu canto Palmares/ sem inveja de Virgílio, de Homero/ e de Camões ...” Em 1949, teria pronunciado, na sede carioca do Instituto dos Arquitetos do Brasil, conforme anúncio no jornal Quilombo, conferência sobre poesia negra no Brasil, na qual abordaria o problema dos ‘brancos que fazem poesia negra’ e dos poetas negros não comprometidos nem identificados com esse tipo de criação poética.


Obras publicadas:
Poemas d’uma vida simples (1944)
Seis tempos de poesia (1958)
Cantares ao meu povo (1961), com 2ª edição aumentada em 1981
Além de 20 poemas in: Veredas, revista de letras da Universidade de São Paulo, nº 1, setembro de 1979.”

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

AS TUAS DORES

As tuas dores
mais as minhas dores
vão estrangular a opressão

Os teus olhos
mais os meus olhos
vão falando da revolta

A tua cicatriz
mais a minha cicatriz
vão lembrando o chicote

As minha mãos
mais as tuas mãos
vão pegando em armas

A minha força
mais a tua força
vão vencer o imperialismo

O meu sangue
mais o teu sangue
vão regar a Vitória.


Armando Emílio Guebuza
Moçambique

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Luiz Carlos da Vila canta Kizomba, festa da raça no Sesc

PONTO HISTÓRICO

Não é que eu
Seja racista...
Mas existem certas
Coisas
Que só os NEGROS
Entendem.
Existe um tipo de amor
Que só os NEGROS
Possuem,
Existe uma marca no
Peito
Que só nos NEGROS
Se vê,
Existe um sol
Cansativo
Que só os NEGROS
Resistem.

Não é que eu
Seja racista...
Mas existe uma
História
Que só os NEGROS
Sabem contar
... Que poucos podem
Entender.


Ele Semog