domingo, 21 de novembro de 2010

O que quer o movimento negro?

A resposta para esta pergunta é simples, queremos mais ação e menos discurso. Que sejamos reconhecidos como os construtores deste país, que temos uma historia, uma cultura e temos também nossos heróis.
Ouvi muitos discursos estes dias, e uma mesma cantilena “não devemos chorar as atrocidades da escravidão, temos que seguir em frente”, eu não choro os crimes do período escravagista, choro os crimes atuais, do período da escravidão eu quero que seja contada a verdadeira historia do negro neste país. Que foram os negros os primeiros a falarem e lutarem por liberdade, antes mesmo de Tiradentes.
Que há cem anos atrás João Candido e outros tantos lutavam contra os castigos corporais dentro da Marinha Brasileira, um centenário esquecido, não devemos contar apenas a historia dos vencedores, mas também dos vencidos.
Somos a maior população negra fora do continente africano, nos bancos escolares aprendemos a historia do Egito, mas na maioria de nossos livros didáticos não dizem que o Egito fica no continente africano. Aliás quando o assunto é literatura, senta que lá vem Machado de Assis, não que este não seja importante, é que temos tantos outros esquecidos, quem já leu Martinho da Vila? O cara não é somente cantor e compositor, são ao todo doze livros publicados, Nei Lopes outro nome do samba tem dezesseis obras publicadas, será que encontramos alguma publicação dos autores acima em uma de nossas bibliotecas publicas?
Quando o samba era coisa de preto, era caso de policia agora virou business, está embranquecendo, o negro está cada vez mais longe das escolas de samba, porque não tem grana.
“Aonde anda a “democracia racial” que não permite uma postura
critica, ou reivindicativa no tocante a questão racial, se que sejamos tachados
de racistas ao contrario...(Alagbara)”, esta é a mais pura verdade, ouvimos que vivemos em uma democracia racial, basta nos irmos a escola que tudo se resolve, teoricamente sim se o tivéssemos ensino publico de qualidade em todos os ciclos – fundamental e médio como temos em nível superior.
E o sistema publico de saúde, este está a “UTI”, existem doenças que não são doenças de negro e sim de pobres, como a tuberculose, a terrível coincidência é que a maioria da população pobre é negra. Somos as maiores vitimas da violência, os números dizem isso. E em nossa cidade o ex-secretario municipal de segurança, encarou isso de frente, o primeiro que falou e praticou a “cultura de paz” nesta cidade, mas como era do governo anterior (hoje oposição) ainda é criticado por isso, dizem que no governo anterior os assuntos ligados a população negra eram tratados pela Secretaria de Segurança.
Temos também o mercado de trabalho onde costumam pedir profissionais qualificados e de boa aparencia, onde exclui o negro com apenas duas palavrinhas "boa aparencia", pois o conceito de beleza é a beleza das novelas, revistas e publicidade, ou aquele que mais se aproximam destas.
Políticas publicas não tem cor, nem bandeira partidária. Se a democracia é Governo do povo, sistema em que cada cidadão participa do governo; A influência do povo no governo de um Estado, devemos não só reivindicar, exigir nossos direitos, direitos que não apenas dos negros, mas de todos os brasileiros.

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