sábado, 30 de abril de 2011

Rapidinha

Depois de “Malhação” da Rede Globo, a novela que nunca termina, podemos relacionar a Licitação do Transporte Coletivo de Botucatu, que pelo visto vai pelo mesmo caminho. Cujo drama é mais trágico que novelas mexicanas.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

"É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar com atenção a vida real, de confrontar a observação com nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossas fantasias. Sonhos, acredite neles."
Vladimir Ilitch Lenin

Trabalhador brasileiro

As origens e o início da organização sindical classista no Brasil

Parte IV

Entre 1918 a 1920 elas eclodiram no Rio de Janeiro, em São Paulo, Santos, Porto Alegre, Pernambuco, Bahia, etc., sempre reivindicando aumento de salários e melhores condições de trabalho. Nesse período verificou-se uma ampla campanha dos trabalhadores pelo estabelecimento da jornada de 8 horas de trabalho. Nesse movimento cabe ressaltar a greve sui generis dos operários da construção do então Distrito Federal (atual cidade do Rio de Janeiro). Estes, após trabalharem 8 horas, retiravam-se para casa. Assim, obtiveram vitória a sua causa, o que constituiu um passo importante para o posterior estabelecimento da jornada de 8 horas para todos os trabalhadores.

Esse período correspondeu ao auge do movimento anarquista, que era até então a liderança mais significativa do movimento operário brasileiro. Mas, ao mesmo tempo, o anarquismo mostrava os sérios limites que jamais conseguiu superar. Astrogildo Pereira, então militante anarquista e que posteriormente se tornou um dos mais importantes lideres comunistas assim se refere, às greves daquela época: “as grandes greves e agitações de massas do período de 1919/20 puseram a nu a incapacidade teórica, política e orgânica do anarquismo para resolver os problemas de direção de um movimento revolucionário de envergadura histórica, quando a situação objetiva do país (em conexão com a situação mundial criada pela guerra imperialista de 1914/18 e pela vitória da revolução operária e camponesa na Rússia) abrira perspectivas favoráveis à derrubada do poder feudal burguês dominante. A constatação desse fato, resultante de um processo espontâneo e a bem dizer instintivo de autocrítica, que se acentuou principalmente durante a segunda metade de 1921, sob a forma de acaloradas discussões nos sindicatos operários, levou diretamente a organização dos primeiros grupos comunistas, que se constituiriam como passo inicial para a fundação do Partido Comunista”. (Astrojildo Pereira, revista Problemas, nº 39, 1952.)

Nesse período, o Estado – em virtude de sua atuação parcial, por ocasião das lutas da classe operária, sempre em defesa das classes dominantes – apareceu, claramente, diante do proletariado tal qual é: uma instituição da classe dominante. O proletariado começou a compreender que não lhe bastava lutar somente por reivindicações econômicas. O problema da conquista do poder político surgia com força diante da classe operária. Os anarquistas não podiam dar solução a essa questão, de vez que queriam de imediato uma sociedade sem Estado, sem governo e sem leis, constituída por federações de trabalhadores. Pregavam utopicamente uma sociedade sem Estado e sem governo e não só eram incapazes de dar uma justa direção ao movimento operário como, o que é pior, desviavam a sua ação do curso histórico correto desse movimento. Acelerou-se então a queda vertical da influência anarco-sindicalista no movimento operário. O proletariado avançava na compreensão que precisa desatar lutas políticas e ideológicas, não se restringir às lutas de caráter econômico, constituir um partido político independente das demais classes e desenvolver uma política própria em relação às demais classes da sociedade e do Estado e preparar as condições para a conquista do poder pelos operários e camponeses.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

As origens e o início da organização sindical classista no Brasil

Parte III

Ecoou no Brasil a Revolução Russa de 1905: por ocasião da revolta dos marinheiros contra a chibata, comandados por João Cândido, proclamaram: “façamos no Brasil o que os russos fizeram na Rússia em 1905”.

Desde o início, os líderes das classes dominantes e seu Estado já procuravam controlar o movimento sindical. Para isso usam de várias formas de cooptação, como em 1912, quando o presidente da “República”, marechal Hermes da Fonseca, patrocina a realização de um congresso operário, no Palácio Monroe (sede do Senado) com o objetivo de formar “lideranças” sindicais conciliadoras com o governo. Esse congresso foi organizado diretamente pelo tenente Mário Hermes, filho do presidente. A classe operária considerou essa iniciativa como uma “palhaçada” e a mesma não deu frutos. A organização tirada nesse congresso veio natimorta e não foi adiante. O período que vai de 1903 até 1909 é marcado por um ascenso de greves e mobilizações. Em 1903, uma greve de carroceiros abala a capital do país (Rio de Janeiro). Em 1905, é uma grande greve de ferroviários paulistas e outra dos trabalhadores do Porto de Santos (e note-se que entre as greves mais duramente reprimidas estarão estas que afetam diretamente a comercialização do café). Em 1907, declararam-se em greve e conquistaram a jornada de 8 horas de trabalho, em São Paulo, os pedreiros, os gráficos de diversas empresas e os pedreiros da cidade de Santos. Também conseguiram reduzir a jornada de trabalho para 9 horas os metalúrgicos da fábrica Ipiranga, em São Paulo.

Nos anos de 1911 até 1913 passa-se por certo refluxo, quando os desmantelamentos de sindicatos pela polícia serão acompanhados de legislação mais repressiva para expulsão de operários estrangeiros. Enquanto os anarco-sindicalistas, ao deflagrarem greve viam-na como um momento de “preparar a greve geral” que destruiria o capitalismo, os que dirigiam os sindicatos “amarelos” eram imediatistas e não questionavam o sistema.

Durante toda a guerra imperialista de 1914-1918 o movimento operário no Brasil lutou contra a guerra. Grandes manifestações de rua foram realizadas e em outubro de 1915, a COB realizou um Congresso da Paz, lançando um manifesto aos trabalhadores que dizia: “Concitamos o proletariado da Europa e da América a uma ação revolucionária, que dê por terra com o atual estado de coisas, varrendo da face do mundo as quadrilhas de potentados e assassinos que mantêm os povos na escravidão e no sofrimento”.

O período que abrange os anos de 1917 a 1920, caracterizou-se por uma onda irresistível de greves de massas que em muitos lugares assumiram proporções grandiosas. Era a resposta a vertiginosa queda dos salários dos operários e intensificação da exploração com a crise de produção após a I Guerra. Foi o caso da greve geral de 1917, em São Paulo, iniciada numa fábrica de tecidos e que recebeu a solidariedade e adesão inicial de todos os trabalhadores do setor têxtil, seguindo-se às demais categorias. A paralisação foi total, atingindo inclusive o interior. Em poucos dias o número de grevistas cresceu de 20.000 para 45.000 pessoas. A repressão desencadeada aos grevistas foi violenta levando, não raro, alguns operários à morte como foi o caso do sapateiro Antônio Martinez, atingido por um tiro no estômago durante uma manifestação operária. Apesar disto, as greves se alastravam.

Em 1917, o proletariado russo abriu uma nova época na história da humanidade. Os operários russos, em unidade com os camponeses, derrubaram a burguesia do poder e estabeleceram seu estado proletário, constituindo-se num exemplo e na vanguarda do movimento operário mundial. A Revolução Socialista de Outubro de 1917 na Rússia repercutiu intensamente no Brasil, e os sindicatos promoveram assembléias, conferências e comícios de solidariedade à Revolução e contra a intervenção estrangeira que promoveu ataque ao poder soviético. No Congresso Sindical realizado em 1920 foi aprovada uma saudação em que dizia: “Saudamos o proletariado russo, que tão bem alto tem erguido o facho da revolta triunfante, abrindo o caminho do bem-estar e da liberdade aos trabalhadores mundiais”.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

As origens e o início da organização sindical classista no Brasil

Parte II

Junto com a maior ocorrência das greves nasceram também outras formas de organização: o Manifesto aos Proletários elaborado no II Congresso Socialista Brasileiro (1902), demonstra, ainda que timidamente, a influência das idéias de Marx e Engels:

A luta já demonstrava que a vitória só poderia ser alcançada se fosse vista como a luta da classe operária é uma só e não de categorias isoladas. aparecem então os sindicatos, e seu principal objetivos eram: melhoria salarial e redução da jornada de trabalho.

Em 1892, foi realizado o congresso nacional operário, mesmo sem a prevista organização nacional dos trabalhadores. A organização dos operários em âmbito nacional aconteceu no primeiro Congresso Operário Brasileiro (1906) que, contando com a participação de 43 delegados, formou a Confederação Operária Brasileira (COB), cuja luta era voltada para as reivindicações básicas, com intensa campanha de solidariedade as lutas operárias de outros países. Nesse período a luta era mais intensa em São Paulo e Rio de Janeiro e predominava as idéias do anarco-sindicalismo que se concentrava na luta dentro das fábricas, através da ação direta, mas negava a importância da luta política e a necessidade de se constituir um Partido da classe operária. Via nos sindicatos o modelo de organização para a sociedade anarquista.

A Confederação Operaria Brasileira foi organizada, efetivamente, em 1908, por 50 associações sindicais do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco, e de outros estados. A COB comandou lutas importantes. Entre elas, realizou grande agitação popular de ordem geral: organizou e dirigiu, em 1908, o movimento popular antimilitarista; a campanha contra o fuzilamento do líder anarquista espanhol Francisco Ferrer, chegando a realizar uma passeata da qual tomaram parte mais de 5 mil pessoas. Sob a influência dos anarquistas, a COB tinha uma estrutura frouxa e começou a fenecer, verificando-se sua inatividade até 1912.

No ano de 1912, por iniciativa da Federação Operária do Rio de Janeiro, organizou-se uma comissão reorganizadora da COB e convocado um congresso para esse fim. Ressurgiu novamente a COB e, com ela, a Voz do Trabalhador, seu órgão de imprensa, que chegou a alcançar uma tiragem de 4.000 exemplares. A COB desenvolveu então intenso trabalho entre os operários e entidades sindicais, destacando-se uma ampla campanha contra a carestia, com assembléias e comícios em todos estados e um grande ato e passeata no Rio de Janeiro, em 16 de março de 1913, com a participação de mais de 10 mil pessoas. E o comando da greve dos portuários de Santos, em 1912, e a luta contra a lei de expulsão dos grevistas. Essa lei previa a expulsão não como grevistas e revolucionários, mas como cafetões e ladrões, o que despertou grande indignação entre os operários. A COB enviou delegados à Espanha, Portugal e a Itália – países de onde provinha o grosso da imigração – para narrar aos trabalhadores daqueles países o que se passava no Brasil.
As revoluções são a locomotiva da história.
Karl Marx
As origens e o início da organização sindical classista no Brasil

1ª Parte

A classe operária brasileira começou a surgir em meados do século XIX, qundo começa a decadência do trabalho escravo, cuja economia baseava-se na monocultura do café. Foi também o dinheiro do café e os interesses do capital financeiro inglês que deram origens as primeiras fabricas no país. Com capitalismo surge uma nova classe – o proletariado, e as primeiras organizações operárias. As organizadas pelo operariado, que tinham objetivos assistencialistas e acabaram dando origem aos sindicatos. O objetivo inicial era ajudar os associados no caso de doenças, invalidez, desemprego, pensões para as viúvas, etc. Uma das primeiras a serem organizadas foi a Imperial Associação Tipográfica Fluminense, em 1853.Em seguida, funda-se a Sociedade Beneficente dos Caixeiros, Associação de Auxílio Mútuo dos Empregados da Tipografia Nacional e a Associação dos Socorros Mútuos, chamada Liga Operária. Em 1880, organiza-se a Associação Central Emancipacionista. Em 1884, funda-se a União Beneficente dos Operários da Construção Naval. E em 1900, funda-se o Círculo Operário do Distrito Federal, e, antes disso, em 1890, o Centro das Classes Operárias, atuava no Rio de Janeiro. Essa organização teve vida relativamente longa.

A partir de 1900, aumenta a organização de associações e sindicatos. A Constituição de 1891 assinalava a liberdade de associação. Em 1906, surgem inumeros sindicatos de trabalhadores como: ladrilhos, pedreiras, pintores, sapateiros, o Sindicato Operário de Ofícios Diversos, etc. As organizações sindicais aparecem principalmente no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Rio Grande do Sul.

Uma das primeiras lutas organizadas, realizada no Rio de Janeiro, ocorreu foi em 1858, quando os tipógrafos insatisfeitos com os salários que recebiam, entram em greve, exigindo uma elevação de 10 tostões diários em seus vencimentos. movimento que vitorioso apos varios dias. Os tipógrafos pertencem a vanguardas não só das lutas como também na organização da classe operária no Brasil.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

PENSE BEM!!!

“O capital é o poder social concentrado, enquanto que o proletariado dispõe unicamente de sua força de trabalho. O ajuste entre o capital e o trabalho não pode, pois: apoiar-se em condições legitimas. Sofre da mesma desproporção o próprio sentido de justiça de uma sociedade que coloca a posse dos meios materiais de vida e de produção de um lado, e a força produtiva vivente de outro.
A única força social do lado do proletário, é a sua massa. Mas a força da massa dissolve-se quando há desunião. A separação entre os proletários é o produto e o resultado da inevitável concorrência entre eles próprios. Os sindicatos nascem precisamente do impulso espontâneo dos operários, tendendo a eliminar, ou pelo menos reduzir esta concorrência, a fim de que possam conseguir, nos contratos, condições que os coloquem um pouco acima da situação de simples escravos.
O fim imediato dos sindicatos concentra-se nas exigências diárias, nos meios de resistência às incessantes investidas do capital, em uma palavra, na questão do salário e da jornada. Esta atividade não só se justifica, como é necessária.
É imprescindível enquanto perdurar o modo atual de produção. É preciso difundi-la, fundando e organizando sindicatos em todos os países.
Por outro lado, os sindicatos, sem pressenti-lo, tornaram-se o eixo da organização da classe proletária, assim como as municipalidades e as paróquias medievais o foram para a burguesia. Se os sindicatos são indispensáveis às guerrilhas quotidianas ente o capital e o trabalho, não são menos importantes como um meio organizado para abolição do próprio sistema do trabalho assalariado”.


O trecho acima é de 1849, escrito por Karl Marx. Parece que citar Marx nos dias de hoje é como mexer em um baú cheio de coisas velhas cheirando a mofo ou algo semelhante. Mas é possível perceber pelo texto acima que o assunto continua atual. A classe trabalhadora, os assalariados continuam a serem explorados e recebendo os ataques constantes da burguesia seja nas batalhas econômicas – melhores salários, ou nas lutas políticas através de leis que tenha por objetivo melhorias nas condições de trabalho.
O muitas vezes o capital traz para suas fileiras dissidentes proletários, o que os sindicalistas costumam chamar de pelegos, os traidores que em troca de favores pessoais trai seus companheiros, esquecendo-se de suas origens em troca de quinquilharias.
Não devemos esquecer que não são apenas os “pelegos” ou a “aristocracia operária” que pendem para o lado do capital, deste lado do que podemos chamar de “cabo de guerra” costumamos ter órgãos da imprensa e o aparato estatal de repressão. A cisão da classe trabalhadora só interessa ao capital, e os interesses das categorias profissionais nas negociações coletivas de trabalho devem ser decididas nas assembléias, órgão soberano de deliberação, devemos portando repudiar outras instancias de deliberação.
Os sindicatos foram e continuam sendo um importante instrumento de lutas da classe trabalhadora. “Não perguntes o que o sindicato faz por você, mas sim o que você pode fazer para o seu sindicato”.

sábado, 23 de abril de 2011

O ENIGMA DO LUCRO

Cultura Revolucionária
Autor: Paiva Neves (*)


O trabalhador, ao contrário do patrão, por mais que trabalhe, não consegue acumular bens, além do estritamente necessário para a sobrevivência de si e de sua família. O capitalista, ao contrário, através dos balancetes mensais de suas empresas constata o aumento de suas riquezas. A máquina ideológica do capital passa para os trabalhadores a idéia de que na sociedade capitalista todos são iguais em termos de oportunidades. O patrão é rico e o trabalhador é pobre, unicamente, porque um é ou foi mais esperto do que o outro. O patrão soube aproveitar todas as oportunidades que a vida lhe ofereceu, teve garra, foi audaz, enquanto que o trabalhador, descansado e sem iniciativa, não teve a audácia necessária para vencer na vida. Será isso verdade? De onde vem a riqueza do patrão, como é que ela se multiplica e por que o trabalhador, literalmente, se mata de trabalhar e está sempre com a corda no pescoço? Qual o mistério por trás do acúmulo de riquezas do patrão e a situação de miséria da classe trabalhadora?

Os patrões têm o domínio não só das fábricas, dos bancos e das terras. Os patrões, enquanto classe, dominam também os rádios, os jornais, a televisão, a internet, as escolas e o Estado com suas instituições. Através de toda essa superestrutura, a classe patronal termina dominando ideologicamente toda a sociedade. Dessa forma, a religião e a própria família terminam sendo correia de transmissão da propaganda da dominação dos patrões sobre os trabalhadores.

Quando toda essa máquina de difusão da ideologia capitalista diz que um é rico porque é esperto e o outro é pobre porque é preguiçoso, está ocultando a verdade. Esconde porque, no dia que a classe trabalhadora descobrir o mistério de como acontece a acumulação da riqueza, adquirirá consciência de classe, tomará o poder e transformará a sociedade.

Inicialmente, é necessário compreendermos que unicamente o trabalho é capaz de gerar riqueza. Uma máquina é só uma máquina. Por si só ela não acrescenta nenhum valor à mercadoria. A única coisa capaz de acrescentar valor no processo de produção é o uso da força de trabalho. Não confundir trabalho com força de trabalho. Força de trabalho é a energia física e intelectual que o trabalhador gasta durante o processo de produção. O trabalho é o resultado da ação dos trabalhadores sobre a matéria prima e os instrumentos de trabalho. Quando o patrão contrata o trabalhador para que este passe determinado tempo na sua fábrica trabalhando, não está comprando o seu trabalho. Está comprando sua força de trabalho.

Vamos imaginar que um determinado patrão tem uma determinada soma de dinheiro. Geralmente ele pega esse dinheiro do próprio Estado, através de empréstimos e incentivos, e quer montar uma fábrica para produzir sapatos. Digamos que ele tem 10 milhões. Digamos ainda, que do total desta soma, quatro milhões ele use para construir a estrutura física da fábrica. Com três milhões ele compre os outros instrumentos de trabalho, como máquinas e equipamentos. Do restante ele compre dois milhões de matéria prima e com o um milhão que sobrou contrate a força de trabalho.

A fábrica começa a produzir e ao final do ciclo do processo de produção, o patrão que tinha determinada quantia de dinheiro, agora tem essa quantia acrescida de outro valor. Esse valor a mais o patrão chama de lucro. Mais de onde vem o lucro? O trabalhador decifrando esse enigma, com certeza desvendará o mistério da exploração do capital sobre o trabalho. De uma classe sobre outra. Todo o dinheiro que o patrão tinha e que investiu na construção da fábrica, na compra de maquinário, matéria prima e na contratação de trabalhadores transformou-se em capital. Esse capital é de dois tipos. Um é o capital constante que são as máquinas, prédio, matéria prima e outros instrumentos de trabalho e o outro é o capital variável que é a força de trabalho que foi contratada.

A parte constante do capital não gera novo valor, apenas transfere o valor existente para as mercadorias produzidas. O valor da matéria prima é transferido integralmente e de uma só vez para as mercadorias enquanto que o valor de prédios, máquinas e equipamentos é transferido lenta e gradualmente, durante toda sua vida util. Quando uma máquina envelhece e não mais funciona é porque já transferiu todo o seu valor para as mercadorias ao longo do tempo.

Portanto, máquinas, matéria prima, prédio e demais instrumentos de trabalho não criam valor, apenas transferem seus valores para as mercadorias que foram produzidas. Daí ser chamado de capital constante. Já o capital que é empregado na aquisição de força de trabalho, esse sim, gera um valor novo. O capitalista contratou um número determinado de trabalhadores e paga a cada um deles uma diária de vinte reais, por uma jornada de oito horas de trabalho. Suponhamos que ao término da terceira hora de trabalho eles já tenham produzido o suficiente para pagar seus salários de todo o dia. Pela lógica, eles parariam de trabalhar aí, porem o patrão dirá: - calma lá! Eu os contratei para trabalhar oito horas e não três. Os operários dirão: - realmente foi, e continuaram trabalhando. Essas horas excedentes serão apropriadas pelo patrão. São horas não pagas. Este trabalho excedente é apropriado pelo capitalista. Eis aí o enigma do lucro patrão.


* Paiva Neves é do PCB Ceará e membro do CC.

Zeca Pagodinho e Jorge Ben Jor - Ogum

quinta-feira, 21 de abril de 2011

COMUNICADO

A CBB – Cia. Botucatuense de Buracos utiliza-se do presente para comunicar a seus associados que os mesmos enquanto esperem pacientemente nas calçadas de nossa cidade a sua vez de assumirem seus postos na faixa de rolamento, e que para tanto devem obedecer alguns critérios como tamanho e ordem de chegada.
Tal medita tem por objetivo assegurar a integridade de todos, pois estamos viajando em uma velocidade considerável, 156 anos luz.

Obs.: analisando de forma racional podemos perceber o motivo de tanta LUZ – o Ilumina Botucatu é para que a população possa visualizar as crateras e não para iluminar palanques em 2012.

Contribuição da Sabesp às ruas da GENTE

Cada dia mais dificil transitar pelas ruas da GENTE

Buracos nas Ruas da GENTE

Ruas da GENTE

terça-feira, 19 de abril de 2011

O CHORO DE ÁFRICA


O choro durante séculos

nos seus olhos traidores pela servidão dos homens

no desejo alimentado entre ambições de lufadas românticas

nos batuques choro de África

nos sorrisos choro de África

nos sarcasmos no trabalho choro de África



Sempre o choro mesmo na vossa alegria imortal

meu irmão Nguxi e amigo Mussunda

no círculo das violências

mesmo na magia poderosa da terra

e da vida jorrante das fontes e de toda a parte e de todas as almas

e das hemorragias dos ritmos das feridas de África



e mesmo na morte do sangue ao contato com o chão

mesmo no florir aromatizado da floresta

mesmo na folha

no fruto

na agilidade da zebra

na secura do deserto

na harmonia das correntes ou no sossego dos lagos

mesmo na beleza do trabalho construtivo dos homens



o choro de séculos

inventado na servidão

em historias de dramas negros almas brancas preguiças

e espíritos infantis de África

as mentiras choros verdadeiros nas suas bocas



o choro de séculos

onde a verdade violentada se estiola no circulo de ferro

da desonesta forca

sacrificadora dos corpos cadaverizados

inimiga da vida



fechada em estreitos cérebros de maquinas de contar

na violência

na violência

na violência



O choro de África e' um sintoma



Nos temos em nossas mãos outras vidas e alegrias

desmentidas nos lamentos falsos de suas bocas - por nós!

E amor

e os olhos secos.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Seresta Moderna (Trem atrasou/Se você jurar/ Trem das 11 )

O que fazer?

"A única maneira de liquidar o dragão é cortar-lhe a cabeça, aparar-lhe as unhas não serve de nada."
José Saramago

A frase acima serve para definir a maneira que deve ser tratado o assunto transporte coletivo urbano em nossa cidade, chega de maquiagem. O assunto envolve muita gente e por este motivo necessita de uma revolução, por tudo abaixo e começar novamente, pois uma reforma significa utilizar a mesma estrutura.
Hoje por exemplo os coletivos das linhas SESI – Jardim Bandeirantes e SESI – Jardim Brasil não passaram na zona leste da cidade ás entre 13h40min e 14h05. A população ficou de bobeira nos pontos, segundo informações os mesmos tiveram problemas mecânicos, novidade.
Coisas que GPS nenhum resolve, fiscalização não existe e a população vai para o ponto torcendo, rezando ou orando para que os coletivos passem nos horários previstos e que também não tenha qualquer outro tipo de problema.
Mas acho que a grande tacada é chamar um SUPER HEROI, alguém com poderes mágicos e assim acabar com este monstro de sete cabeças, ou mais. Quem poderá nos defender, sim ele, o CHAPOLIN COLORADO. Então vamos chamar o vermelhinho.

sábado, 16 de abril de 2011

Praças da Gente

Praças da Gente

Praças da Gente

Praças da Gente - MAPA

Praças da Gente

Recentemente foi inaugurada a Praça Isaltino Pereira, que ficou popularmente conhecida como “Praça dos Eucaliptos”. Bem esta parte da historia grande parte da população de nossa cidade já conhece.
Assim como muita gente conhece outras tantas praças da cidade que de praça mesmo só tem o nome. Como por exemplo algumas existentes no Conjunto Habitacional Arnaldo Leota de Mello também conhecido como Cohab II, que podemos chamá-las de “Praças das Braquiárias”, pois é a única planta existente na maioria delas. Uma destas Praças fica o Posto de Saúde ou se preferir Policlínica Jardim Cristina, neste local à população – crianças a caminho da escola costumam caminhar pela faixa de rolamento da Vicinal Alcides Soares, cujo movimento de veículos é intenso. E em dias de chuva as coisas ficam um pouco por causa da enxurrada.
Estava me esquecendo, estas praças já receberam denominações, são elas: Praça Jose Benedito França – “Grilo”, Salim Raphael Abud e Serafim da Costa Carreira estas são algumas das praças da gente, gente da periferia e isso acontece em vários bairros da cidade e a uma distancia menor que 156 anos luz do centro.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Tá assim...

Um dia desses conversando com um amigo a respeito de nossas ruas tomadas por buracos, ele fez o seguinte comentário, “existem tantos buracos que alguns estão esperando na calçada, porque nas ruas não tem mais espaço”. Então comecei a prestar mais atenção e o cara acertou na mosca!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Alegria, alegria, pois eu acho que seu ANTONIO vem aí!!!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

FHC desagrada a tucanos e escancara viés elitista do PSDB

O polêmico artigo “O Papel da Oposição”, assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e divulgado nesta terça-feira (12), constrangeu lideranças do PSDB e acirrou a crise dos partidos oposicionistas. Num momento em que tucanos como o governador Geraldo Alckmin (SP) e o senador Aécio Neves (MG) tentam se aproximar das centrais sindicais e de segmentos populares, FHC apregoa, no texto, que o PSDB deve abrir mão tanto dos movimentos sociais quanto do “povão”.

Por André Cintra
“As oposições se baseiam em partidos não propriamente mobilizadores de massas. A definição de qual é o outro público a ser alcançado pelas oposições e como fazer para chegar até ele e ampliar a audiência crítica é fundamental”, escreve o ex-presidente. Segundo ele, o PSDB tem de dialogar com “toda uma gama de classes médias” — único público que, a seu ver, não sofre a influência do “lulopetismo”.

“Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os ‘movimentos sociais’ ou o ‘povão’, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos”, dispara FHC, numa crítica indireta aos atuais governadores e parlamentares tucanos. Para o ex-presidente, o governo Lula “aparelhou” e “cooptou” as centrais, “os movimentos organizados da sociedade civil”, as “massas carentes” e até a grande mídia (“com as verbas publicitárias”).

A reação ao artigo foi imediata. Acostumados a criticar as opiniões de FHC apenas nos bastidores, vários tucanos expressaram, publicamente, divergências frontais com o texto. Também o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), rebateu o ex-presidente e declarou que a oposição deve “sair do Congresso e ganhar as ruas”, para “ampliar sua capacidade de se comunicar com todos os segmentos sociais”.

Para o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), a “sensibilidade social” de uma legenda partidária “deve estar voltada justamente às camadas mais pobres da população. Essas camadas devem ser a prioridade do partido”. O desafio, segundo Dias, é “encontrar meios de falar às camadas mais pobres” sem passar pelos movimentos sociais.

Aécio Neves avalia que o PSDB precisa “se inserir no Nordeste" e se aproximar nacionalmente dos movimentos sociais. De acordo com senador, os tucanos já conseguiram tal feito em Minas Gerais — opinião mais do que discutível, já que, nas eleições presidenciais de 2010, o eleitorado mineiro preferiu Dilma Rousseff a José Serra (58,45% a 41,55%).

O artigo de FHC, de quebra, alimentou a imagem elitista do tucanato. Na opinião do jornalista José Roberto de Toledo, o texto “ficará lembrado como um reforço à imagem de demofobia do PSDB”, especialmente de Fernando Henrique. “A maioria das pessoas, as tais ‘massas carentes e pouco informadas’, vai entender: o PSDB deve esquecer o ‘povão’.”

Para Jairo Nicolau, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ, no Rio de Janeiro, “é uma fantasia imaginar uma volta ao poder sem uma base popular”. Fábio Wanderley Reis, da UFRJ, agrega: “É uma abdicação problemática. Um partido existir e governar, na democracia, tem a ver com maiorias. Abdicar do povão é condenar-se a ser minoria sempre”.

O sociólogo Humberto Dantas é mais taxativo. Ao comentar a expressão “pouco informadas” — usada por FHC —, ele aconselha o ex-presidente a "se perguntar o que o PSDB tem feito para educar politicamente esses eleitores". E emenda: “Ao invés de abandonar o povão, candidatando-se a continuar oposição, o partido deveria entender o que esse povão quer e por que ele tem apoiado as políticas do governo.”

PORTAL VERMELHO

terça-feira, 12 de abril de 2011

domingo, 10 de abril de 2011

"A única maneira de liquidar o dragão é cortar-lhe a cabeça, aparar-lhe as unhas não serve de nada."
José Saramago

candidato cao cao

Dificuldade de governar

1
Todos os dias os ministros dizem ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima.
Nem um pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão inteligente. Sem o ministro da Propaganda
Mais nenhuma mulher poderia ficar grávida. Sem o ministro da Guerra
Nunca mais haveria guerra. E atrever-se ia a nascer o sol
Sem a autorização do Führer?
Não é nada provável e se o fosse
Ele nasceria por certo fora do lugar.

2
E também difícil, ao que nos é dito,
Dirigir uma fábrica. Sem o patrão
As paredes cairiam e as máquinas encher-se-iam de ferrugem.
Se algures fizessem um arado
Ele nunca chegaria ao campo sem
As palavras avisadas do industrial aos camponeses: quem,
De outro modo, poderia falar-lhes na existência de arados? E que
Seria da propriedade rural sem o proprietário rural?
Não há dúvida nenhuma que se semearia centeio onde já havia batatas.

3
Se governar fosse fácil
Não havia necessidade de espíritos tão esclarecidos como o do Führer.
Se o operário soubesse usar a sua máquina
E se o camponês soubesse distinguir um campo de uma forma para tortas
Não haveria necessidade de patrões nem de proprietários.
E só porque toda a gente é tão estúpida
Que há necessidade de alguns tão inteligentes.

4
Ou será que
Governar só é assim tão difícil porque a exploração e a mentira
São coisas que custam a aprender?

Bertold Brecht
Vito Giannotti:

A classe operária ainda existe


No fim de março, as notícias das revoltas dos peões de obra de grandes construtoras, no norte e nordeste do país, repercutiram até na mídia empresarial. Dia 23 de março, lemos em vários jornais notícias da greve de mais de 25 mil trabalhadores, na construtora da refinaria Abreu e Lima, em Suape (PE).

Por Vito Giannotti, no Brasil de Fato
A reivindicação chocou por sua crueza: pagamento de 100% das horas extras, aos sábados, aumento do vale- alimentação de R$ 80 mensais para a soma astronômica de R$ 160! Imaginem só. E o consórcio formado pela Camargo Correa e pela OAS, aceitando só R$ 130. Enquanto isso, a refinaria Abreu e Lima recebeu R$ 13, 3 bilhões de investimentos da Petrobras.

No dia 24, os jornais noticiaram que havia uma greve nas usinas de Jirau e Santo Antônio (RO), obras das grandes empresas como a Camargo Correa e Odebrecht, que trabalham com recursos do PAC. Neste dia, calculava-se que houvesse quase cem mil trabalhadores da grande construção civil parados, entre Suape (PE), Porto de Pecém (CE) e nas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio.

Em todos os casos, reivindicações básicas: respeito aos direitos mínimos como aumento do adicional das horas extras, melhor atendimento de saúde, melhora da alimentação e do valor do vale refeição.

A revolta dos trabalhadores ao total desrespeito pelas empresas às suas reivindicações explodiu, sobretudo, na usina de Jirau. Mais de 45 ônibus e várias instalações da usina foram incendiados. Logo, a lorota da mídia, das empreiteiras e dos seus lambe-botas foi que tudo começou por causa de uma briga pessoal entre peões.

A realidade é bem outra. A classe operária ainda existe. Ainda se revolta. Ainda sabe incendiar ônibus, enquanto as empresas se protegem com a Guarda Nacional e recebem gordos financiamentos públicos. Mas a mídia empresarial, ex-militantes de esquerda e intelectuais arrependidos repetem que a classe operária acabou e que a luta de classes é coisa do passado.



PORTAL VERMELHO

domingo, 3 de abril de 2011

FRAGMENTOS

Não viva para que a sua presença seja notada,
mas para que a sua falta seja sentida...

Há pessoas que amam o poder, e outras que tem o poder de amar.

Unidos venceremos. Divididos, cairemos.

Vocês riem de mim por eu ser diferente,
e eu rio de vocês por serem todos iguais.

Sou louco porque vivo em um mundo que não merece minha lucidez...

Não sou nenhum anjo. Sou filho da vida.

Para que levar a vida tão a sério,
se a vida é uma alucinante aventura
da qual jamais sairemos vivos

Se Deus criou as pessoas para amar, e as coisas para cuidar...
Por que amamos as coisas e usamos as pessoas?

Não esqueças tua história nem teu destino.

Não ligo que me olhem da cabeça aos pés...
porque nunca farão minha cabeça
e nunca chegarão aos meus pés

Dizem que o sol brilha para todos,
mas para algumas pessoas no mundo ele nunca brilha.

Eu olho para dentro de mim,
e não me importo com o que as pessoas fazem ou dizem.
Eu me preocupo só com as coisas certas.

O sonho de um careta é a realidade de um maluco.

Há pessoas que amam o poder,
e outras que tem o poder de amar.

Um povo sem conhecimento, saliência de seu passado histórico,
origem e cultura, é como uma árvore sem raízes.

Meu lar é pensar as coisas que eu penso. Esse é meu lar.

A política só serve para dividir o povo.
É uma bobagem, pois faz o povo confiar em um homem,
que não pode fazer nada por nós.

Nós nos recusamos a ser quem vocês queriam que fôssemos, somos o que somos.

Deus me enviou à terra com uma missão.
Só Ele pode me deter, os homens nunca poderão.

A vida é para quem topa qualquer parada,
e não para quem pára em qualquer topada.

As guerras seguirão
enquanto a cor da pele
for mais importante do que a cor dos olhos.

Todo homem tem direito de decidir seu próprio destino.

Os homens pensam que possuem uma mente,
mas é a mente que os possui.

Se você obedece todas as regras, acaba perdendo a diversão.

Meu lar é sempre onde estou.
Meu lar está na minha mente.
Meu lar são meus pensamentos.

Bob Marley

sábado, 2 de abril de 2011

Ministra afirma que Bolsonaro cometeu "caso explícito de racismo"

A ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, considera que as declarações do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) sobre cotas raciais e a possibilidade de um filho se apaixonar por uma mulher negra são “caso explícitos de racismo”. “Não podemos confundir liberdade de expressão com a possibilidade de cometer um crime. O racismo é crime previsto na Constituição”, disse Luiza.
Para a ministra, “qualquer caso de discriminação deve ser repudiado”. Ela disse ainda que espera “firmeza” no posicionamento da Câmara dos Deputados. “O protagonismo é do Legislativo”, afirmou em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro.

“Cada setor do Estado e da sociedade deve assumir o seu papel no combate ao racismo. Nós devemos deixar para que a Câmara Federal encaminhe esse caso e tome decisões contra o deputado dentro das instâncias do Legislativo”, falou após participar do programa. “O crime tem que ser punido e tem que ser combatido em qualquer lugar, principalmente, se ele é cometido em um espaço como o Parlamento brasileiro.”

No início da semana, em entrevista ao programa CQC, da TV Bandeirantes, Jair Bolsonaro disse que “não viajaria em avião pilotado por cotistas nem aceitaria ser operado por médico [ex-cotista]”. Em resposta à cantora Preta Gil sobre a eventualidade de um filho ter envolvimento amoroso com uma mulher negra, o deputado respondeu: “não vou discutir promiscuidade. Eu não corro esse risco e meus filhos foram muito bem-educados e não viveram em ambiente como lamentavelmente é o teu”.

Luiza Bairros espera que “o Legislativo tenha capacidade de tomar a decisão mais coerente com o que tem sido discutido pelos movimentos negro e LGBT [lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros]”, destacou referindo-se a declarações homofóbicas também feitas pelo parlamentar ao programa de TV.

Para a ministra, as declarações do deputado não são surpreendentes no seu conteúdo. “Nós não devemos ficar assustados com esse tipo de declaração, é isso que o movimento negro tem denunciado nas últimas décadas. O que deixa a sociedade indignada é ela [declaração] ter partido de um deputado federal”, afirmou. Jair Bolsonaro é oficial da reserva do Exército e conhecido por sua defesa à ditadura militar (1964-1985).

Socióloga e ligada ao movimento negro, Luiza Bairros acredita que as manifestações racistas ocorrem na medida em que as pessoas negras vão se deslocando na sociedade e passam a ser vistas em lugares que eram historicamente ocupados por pessoas brancas. “Isso provoca reação. Para muitas pessoas, parece perda de espaço. Isso demonstra como ser branco na sociedade brasileira implica em determinados privilégios em detrimento dos direitos dos negros em geral”, avaliou.

Fonte: Agência Brasil/Portal Vermelho