sexta-feira, 30 de março de 2012


O Vaticano tenta desestabilizar Cuba

A bordo do avião do Vaticano rumo ao México, o Papa Bento XVI declarou que a ideologia marxista já não responde à realidade, deixando claro o objetivo político de sua visita a Cuba: desestabilizar o regime socialista cubano.

De fato, oficialmente o Vaticano insistiu que seria uma “visita pastoral”, mas, mesmo assim, é evidente que não deixa de ser política, pois a grande maioria dos opositores se declara católica.

O principal resultado que se espera é ideológico. Segundo a própria Igreja católica, a visita do Papa transmitiu “ânimo e confiança” justamente a quem, como Bento XVI, considera que o marxismo “não responde à realidade”. Entre esses grupos se destacam dois de muita atividade e grande propaganda nos meios de comunicação: os dissidentes radicados em Miami e as “damas de branco”, um grupo composto especialmente por senhoras que possuem fortes laços com os dissidentes e que, em sua maioria, fez parte da burguesia cubana antes do triunfo da revolução.

De Miami, lugar de concentração da “gusanera”, chegaram à ilha nada menos do que quinhentos deles. As damas de branco são outro grupo que espera sair desta visita com mais brios para suas atividades.

Apesar de não se ter notícias de reuniões dos grupos opositores com o Papa, é evidente que todos eles se sentiram reconfortados pela simples presença papal, sem falar que entre os mais de cem acompanhantes do “sumo pontífice” sempre houve quem lhes prestasse ouvidos e apoio.

A aceitação de Cuba a essa visita demonstra o ambiente de liberdade em que se vive na ilha, mas implica o risco que significa a influência política da religião, aspecto esse que os dirigentes da revolução dizem não ser preocupante, pois o Papa encontrará um povo cubano solidamente ao lado da revolução.

Outro aspecto importante para a Igreja católica é seu fortalecimento no país, pois desde a abertura para o livre exercício religioso o resultado é uma imensa quantidade de religiões, seitas, cultos e santidades, muitas dessas ligadas a crenças pagãs. Se esse fortalecimento se concretiza, o Vaticano espera ver sua igreja como interlocutora política ante o governo cubano.

Desta nova “quebra de braço”, ambos os lados esperam sair fortalecidos e debilitar o outro.

O Papa também esteve em terras mexicanas, onde o discurso político perdeu sua importância, pois ali sim o neoliberalismo que se pratica corresponde à realidade, fomentando o crime, a pobreza e a fome. Após passear no papa-móvel, Joseph Ratzinger, nome real da máxima autoridade católica, promoveu sua igreja no país de maior proporção de crentes católicos na América e lhes deu ânimo para suportar os sofrimentos da pobreza e, dado que bandidos e traficantes também se declaram católicos, seguramente também saíram fortalecidos para seguir cometendo seus crimes no país onde atualmente a máfia possui mais peso político e econômico.

Ratzinger, antes de ser elevado a “representante de Deus na terra”, foi a cabeça da instância ideológica do Vaticano que lutou contra a Teologia da Libertação e liderou a luta contra o marxismo.

Extraído do semanário En Marcha, do Partido Comunista Marxista-Leninista do Equador.
Número 1.573, de 30 de março de 2012.

quarta-feira, 28 de março de 2012


Os tempos difíceis da humanidade


O mundo está cada vez mais desinformado no caos de acontecimentos que se sucedem a ritmos jamais imaginados.
Nós que vivemos um pouco mais de anos e experimentamos certa avidez pela informação, podemos testemunhar o volume da ignorância com que enfrentávamos os acontecimentos.
Enquanto no planeta um número crescente de pessoas carece de habitação, pão, água, saúde, educação e emprego, as riquezas da Terra são malbaratadas e desperdiçadas em armas e intermináveis guerras fratricidas, o que se converteu – e se desenvolve cada vez mais – em uma crescente e abominável prática mundial.
Nosso glorioso e heroico povo, apesar de um desumano bloqueio que já dura mais de meio século, não arriou jamais suas bandeiras; lutou e lutará contra o sinistro império. Esse é nosso pequeno mérito e nosso modesto aporte.
No polo oposto de nosso planeta, onde está situada Seul, capital da Coreia do Sul, o presidente Barack Obama se reúne em uma Cúpula de segurança nuclear, para impor políticas relacionadas com a disposição e o uso de armas nucleares.
Tratam-se, sem dúvidas, de fatos insólitos.
Pessoalmente não me apercebi destas realidades por simples casualidade. Foram as experiências vividas durante mais de 15 anos desde o triunfo da Revolução cubana – depois da batalha de Girón, o criminoso bloqueio ianque para render-nos pela fome, os ataques piratas, a guerra suja e a crise dos foguetes nucleares em outubro de 1962 que pôs o mundo à beira de uma sinistra hecatombe –, quando cheguei à convicção de que marxistas e cristãos sinceros, os quais tinha conhecido muitos, independentemente de suas crenças políticas e religiosas, deviam e podiam lutar pela justiça e a paz entre os seres humanos.
Assim o proclamei e assim o mantenho sem vacilação alguma. As razões que hoje posso esgrimir são absolutamente válidas e ainda mais importantes, porque todos os fatos transcorridos há quase 40 anos o confirmam; hoje e com mais razão do que nunca, porque marxistas e cristãos, católicos ou não; muçulmanos, xiitas ou sunitas; livres pensadores, materialistas dialéticos e pessoas pensantes, ninguém seria partidário de ver desaparecer prematuramente nossa irrepetível espécie pensante, na espera de que as complexas leis da evolução deem origem a outra parecida e que seja capaz de pensar.
Prazerosamente saudarei na manhã desta quarta-feira (28) sua Excelência o papa Bento XVI, como fiz com João Paulo II, um homem a quem o contato com as crianças e os cidadãos humildes do povo suscitava, invariavelmente, sentimentos de afeto.
Decidi por isso solicitar-lhe uns minutos de seu muito ocupado tempo quando soube pela boca de nosso chanceler, Bruno Rodríguez, que ele gostaria desse modesto e simples contato.

Fidel Castro Ruz
27 de março de 2012
 
Fonte: Cubadebate

domingo, 18 de março de 2012


Quem está por trás de Yoani Sánchez?

Yoani Sánchez, famosa blogueira cubana, é uma personagem peculiar no universo da dissidência cubana. Nenhum opositor foi beneficiado com uma exposição midiática tão massiva, nem com um reconhecimento internacional semelhante em tão pouco tempo. Após emigrar para a Suíça em 2002, ela decidiu retornar a Cuba dois anos depois, em 2004. Em 2007, integrou o universo de opositores a Cuba ao criar seu blog Generación Y, se tornando uma crítica feroz do governo de Havana.

Nunca um dissidente cubano – e de nenhum outro lugar no mundo – conseguiu tantos prêmios internacionais em tão pouco tempo e com uma característica particular: deram a Yoani Sánchez dinheiro suficiente para viver tranquilamente em Cuba até o resto de sua vida. Na realidade, a blogueira tem retribuído à altura os 250 mil euros que recebeu, o que equivale a mais de 20 anos do salário mínimo em um país como a França, a quinta potência mundial. O salário mínimo em Cuba é de 420 pesos, o equivalente a 18 dólares ou 14 euros. Isto é, Yoani Sánchez recebeu 1.488 anos de salários mínimos cubanos por sua atividade opositora.

Yoani Sánchez tem estreita relação com a diplomacia estadunidense em Cuba, como demonstra um documento “secreto”, por seu conteúdo sensível, emitido pela Seção de Interesses Norteamericanos (Sina). Michael Parmly, ex-chefe da Sina em Havana, que se reunia regularmente com Yoani Sánchez em sua residência diplomática pessoal como indicam os documentos confidenciais da Sina, manifestou a sua preocupação em relação à publicação dos documentos diplomáticos dos EUA pelo WikiLeaks: “Ficaria muito incomodado se as numerosas conversações que tive com Yoani Sánchez fossem publicadas. Ela poderia pagar as consequências por toda a sua vida”. A pergunta que vem imediatamente à mente é a seguinte: por quais razões Yoani Sánchez estaria em perigo se a sua atuação, como afirma, respeita o marco da legalidade?

Em 2009, a imprensa ocidental divulgou massivamente a entrevista que o presidente Barack Obama havia concedido à Yoani Sánchez, e que foi considerado um fato excepcional. Yoani também afirmou que enviou um questionário similar ao presidente cubano Raúl Castro e que o mesmo não se dignou a respondê-lo. No entanto, os documentos confidenciais da Sina, publicados pela WikiLeaks, contradizem essas declarações. Foi descoberto que foi um funcionário da representação diplomática estadunidense, em Havana, quem, de fato, redigiu as respostas à dissidente e não o presidente Obama.

Mais grave ainda, a Wikileaks revelou que Yoani, diferente de suas afirmações, jamais enviou um questionário a Raúl Castro. O chefe da Sina, Jonathan D. Farrar, confirmou a informação através de um e-mail enviado ao Departamento de Estado: “Ela não esperava uma resposta dele, pois confessou que nunca enviou (as perguntas) ao presidente cubano”.

A conta de Yoani Sánchez no Twitter

Além do sítio Generación Y, Yoani Sánchez tem uma conta no Twitter com mais de 214 mil seguidores (registrados até 12 de fevereiro de 2012). Somente 32 deles moram em Cuba. Por outro lado, a dissidente cubana segue a mais de 80 mil pessoas. Em seu perfil, Yoani se apresenta da seguinte maneira: “Blogger, moro em Havana e conto a minha realidade através de 140 caracteres. Tuito, via sms sem acesso à web”. No entanto, a versão de Yoani Sánchez merece pouco crédito. Na realidade é absolutamente impossível seguir mais de 80 mil pessoas apenas por sms, a partir de uma conexão semanal em um hotel. É indispensável um acesso diário para isso na rede.

A popularidade na rede social Twitter depende do número de seguidores. Quanto mais numerosos, maior a exposição da conta. Da mesma maneira, existe uma correlação entre o número de pessoas seguidas e a visibilidade da própria conta. A técnica que consiste em seguir diversas contas é utilizada para fins comerciais, assim como para a política durante as campanhas eleitorais.

O sítio www.followerwonk.com permite analisar o perfil dos seguidores de qualquer membro da comunidade do Twitter. O estudo do caso Yoani Sánchez é revelador em vários aspectos. Uma análise dos dados da conta do Twitter da blogueira cubana, realizada através de seu sítio, revela que a partir de 2010 houve uma atividade impressionante de sua conta. A partir de junho de 2010, ela se inscreveu em mais de 200 contas por dia, em uma velocidade que poderia alcançar até 700 contas em 24 horas. Isto é, passar 24 horas diretas fazendo isto – o que parece improvável. O resultado é que é impossível ter acesso a tantas contas em tão pouco tempo. Então, parece que isto só é possível através de um robô.

Da mesma maneira, descobrimos que cerca de 50 mil seguidores de Yoani são, na realidade, contas fantasmas ou inativas, que criam a ilusão de que a blogueira cubana goza de uma grande popularidade nas redes sociais. Na realidade, dos 214.062 perfis da conta @yoanisanchez, 27.012 são novos (e sem fotos) e 20.600 são de características de contas fantasmas com atividades inexistentes na rede (de 0 a 3 mensagens enviadas desde a criação da conta). Entre estes fantasmas que seguem Yoani no Twitter, 3.363 não têm nenhum seguidor e somente 2.897 seguem a blogueira, assim como a uma ou duas contas. Algumas apresentam características bastante estranhas: não têm nenhum seguidor, seguem apenas Yoani e emitiram mais de duas mil mensagens.

Esta operação destinada a criar uma popularidade fictícia, via Twitter, é impossível de ser realizada sem acesso à internet. Necessita de um apoio tecnológico e um orçamento consequente. Segundo uma investigação realizada pelo diário La Jornada, com o título El ciberacarreo, la nueva estrategia de los políticos en Twitter, sobre operações que envolviam os presidenciáveis mexicanos, diversas empresas dos Estados Unidos, Ásia e América Latina oferecem este serviço de popularidade fictícia (“ciberacarreo” ou em português ciber transporte) por elevados preços. “Por um exército de 25 mil seguidores inventados no Twitter , escreveu o jornal, pagam até dois mil dólares, e por 500 perfis manejados para 50 pessoas é possível gastar entre 12 mil a 15 mil dólares”.

Yoani Sánchez emite, em média, 9,3 mensagens por dia. Em 2011, a blogueira publicou uma média de 400 mensagens por mês, O preço de uma mensagem em Cuba é de um peso convertido (CUC), o que representa um total de 400 CUC mensais. O salário mínimo em Cuba é de 420 pesos cubanos, ao redor de 16 CUC. Yoani Sánchez gasta, por mês, o equivalente a dois anos de salários mínimos em Cuba. Assim, a blogueira gasta em Cuba com o Twitter, um valor correspondente, caso fosse francesa, a 25 mil euros mensais ou 300 mil euros por ano. Qual a procedência desses recursos para estas atividades?

Outras perguntas surgem de maneiras inevitáveis. Como Yoani Sánchez pode seguir a mais de 80 mil contas sem acesso permanente a internet? Como conseguiu se inscrever em 200 contas diferentes por dia, desde junho de 2010, com índices que superam até 700 contas/dia? Quantas pessoas seguem realmente as atividades da opositora cubana na rede social? Quem financia a criação das contas fictícias? Qual o objetivo? Quais os interesses escusos detrás na figura de Yoani Sánchez?

Salim Lamrani

* Salim Lamrani é graduado na Universidade de Sorbone, professor encarregado dos cursos da Universidade Paris-Descartes e da Universidade Paris-Est Marne-la-Vallée e jornalista francês, especialista nas relacões entre Cuba e Estados Unidos. Autor de Fidel Castro, Cuba y Estados Unidos (2007) e Doble Moral. Cuba, la Unión Europea y los derechos humanos (2008), entre outros livros.

Fonte: La Jornada
Tradução de Sandra Luiz Alves

terça-feira, 13 de março de 2012


Ditadores e torturadores não podem ser nomes de ruas  
CLASSIFICADO EM BRASIL         - DITADURA
Carta Maior - 12/03/2012 - www.pcb.org.br

DEBATE ABERTO

Rodovia Castello Branco, elevado Costa e Silva, rua Dr. Sergio Fleury, avenida Presidente Médici e por aí vai. O Brasil é uma das poucas democracias do mundo que não só deixa tiranos impunes, como os homenageia em praça pública. Boa iniciativa para a Comissão da Verdade seria propor a mudança imediata de tais nomes.

Gilberto Maringoni*

Uma Comissão da Verdade de verdade poderia começar seus trabalhos propondo ao Congresso Nacional uma lei simples: proibir em todo o território nacional que logradouros públicos sejam batizados com nomes de pessoas que enxovalharam a democracia e os bons costumes. E alterar as denominações existentes.
Em São Paulo, a situação é vergonhosa. A principal rodovia do estado chama-se Castello Branco. De tão naturalizada está a questão, que poucos param para pensar no seguinte: aquele foi o chefe da conspiração que acabou com a democracia no Brasil, em 1964. A homenagem foi feita por Roberto de Abreu Sodré, governador biônico, que inaugurou a via em 1967. Estávamos em plena ditadura e seria natural que um serviçal do regime quisesse adular seus superiores.
A via não representa uma exceção. A cidade comporta ainda o elevado (?) Costa e Silva, em homenagem ao segundo governante da ditadura. O idealizador foi outro funcionário do regime, Paulo Salim Maluf, nos idos de 1969. O mesmo Maluf mimoseou, em 1982, quando governador, o famigerado Caveirinha, alcunha que imortalizou o general Milton Tavares de Souza, falecido no ano anterior. Caveirinha foi chefe do Centro de Informação do Exército (CIE) e suas grandes obras foram a implantação dos DOI-CODI e da Operação Bandeirantes (Oban), órgãos responsáveis pelo assassinato de inúmeros oponentes do regime. Foi também um dos planejadores da repressão à guerrilha do Araguaia (1972-76).

Ernesto Geisel, ditador entre 1974 e 1979, é o nome de um conjunto habitacional em Bauru. Emilio Garrastazu Médici, o comandante da fase mais repressiva da ditadura, nomeia dezenas de ruas, escolas e praças pelo Brasil. Presidente Figueiredo é uma cidade no Amazonas. Diadema abriga uma Escola Estadual Filinto Muller, temido chefe da Polícia Política do Rio de Janeiro entre 1933 e 1942. Imortalizou-se por ter comandado a operação que resultou na deportação de Olga Benario à Alemanha, em 1936.
Mas nada supera a inacreditável rua Dr. Sergio Fleury, na Vila Leopoldina, na capital.
Os nomes dos funcionários mais ou menos graduados da ditadura podem ser localizados com uma rápida olhada no Google. Castello, Costa e Silva, Médici e Figueiredo emprestam seus nomes a centenas de ruas, avenidas, estradas, escolas e edifícios públicos espalhados pelo Brasil.

Propostas de mudança

Em 2006, o então prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB) enviou mensagem à Câmara dos Vereadores de São Paulo, propondo alteração do nome do viaduto que enaltece Caveirinha. Aprovado em primeira instância, o projeto aguarda até hoje sanção de Gilberto Kassab.
O vereador Pedro Ruas e a vereadora Fernanda Melchiona, do PSOL de Porto Alegre, apresentaram em dezembro último um projeto de lei visando mudar o nome da Avenida Presidente Castello Branco para Avenida da Legalidade. A intenção é não apenas banir a memória do líder golpista, mas homenagear o movimento liderado por Leonel Brizola, em 1961, que deteve as articulações visando impedir a posse do presidente João Goulart, após a renúncia de Janio Quadros.
Manter tais denominações significa conservar viva a memória de gente que deve ser colocada em seu justo lugar na História: o daqueles que perpetraram crimes contra a democracia e a cidadania, prejudicaram o país e contribuíram para o atraso em vários campos de atividade.
Na Itália não existe rua, monumento ou edifício público com o nome de Benito Mussolini ou de outro funcionário graduado do regime fascista. A decisão faz parte de uma luta ideológica que visa extirpar as marcas da intolerância, da brutalidade e da xenofobia que marcaram a vida do país entre 1924 e 1944.
Tampouco há na Alemanha uma avenida Adolf Hitler, um aeroporto Herman Göering (que foi ás da aviação na I Guerra Mundial), um viaduto Joseph Goebbels ou coisas que o valham. Aliás, evitou-se durante décadas batizar crianças com o nome Adolf, por motivos mais ou menos óbvios.
Argentina, Chile e Uruguai também não fazem rapapés à memória de responsáveis pelos anos de terror institucionalizado. A cidade de Puerto Stroessner, no Paraguai, teve seu nome mudado para Ciudad Del Este, assim que o ditador foi deposto, em 1989.
No Brasil, como os zumbis da ditadura não apenas assombram, mas aparentemente intimidam o poder democrático, as mudanças não acontecem. Estão aí, fagueiros e lampeiros na vida nacional, figuras como José Sarney, Marco Maciel, Paulo Maluf e outras, crias da ditadura e cheios de autoridade na vida pública. E os pijamas do Clube Militar volta e meia fazem ordem unida para enaltecer os anos de chumbo.
Banir os nomes de gente dessa laia dos logradouros públicos é um bom passo para se consolidar a democracia.

*Gilberto Maringoni, jornalista e cartunista, é doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de “A Venezuela que se inventa – poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez” (Editora Fundação Perseu Abramo).


Nossos problemas acabaram?

Na Prefeitura da Gente o grande negócio é fazer barulho. Amplificam o som de uma mosca fazendo parecer um avião supersônico.
Para os que não se utilizam do transporte coletivo local ou que não conhece a história, pode até acreditar que as coisas mudaram. Pois podem observar  ônibus da Viação Sant’Anna e Auto Ônibus Botucatu circulando, aliado a isso podem ouvir as propagandas veiculadas nas emissoras de radio da cidade alardeando a “boa nova”, sem contar é claro os outdoors espalhados pela cidade versando sobre o mesmo tema, agora Botucatu já conta com duas empresas de onibus.
Mas isso ainda não está acontecendo, a Viação Sant’Anna é a velha conhecida EAO Botucatu, e segundo informações a nova empresa iniciará suas só no próximo domingo. Logo não temos de fato duas empresas de ônibus operando no sistema.
E para não ser esquecida por parte da população que a partir do dia 18 do corrente será servida pela Stadtbus Transportes Ltda., a semana começou com um tempo médio de atrasos nos veículos de vinte minutos. Resumindo, estão fazendo omelete antes da galinha por os ovos.

sábado, 10 de março de 2012

PCB - Por que ladram os velhos cães de pijama?

PCB - Por que ladram os velhos cães de pijama?


Nó na garganta?

Na noite da última sexta feira dia nove de março aconteceu a inauguração da  Sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Botucatu.
O evento foi concorrido contando com a presença de amigos e parceiros da categoria,  dirigentes sindicais e autoridades municipais dentre elas vereador Lelo Pagani, secretários municipais de Transporte e da Administração e o Prefeito.
Em sua fala alem de parabenizar a entidade pelo feito, o prefeito lembrou-se da paralisação da categoria em 2010. Aliás, esta paralisação acredito que ainda não foi assimilada pelo chefe do executivo local. Tanto que no estatuto dos servidores, no Capitulo XIX que trata das proibições, em seu artigo, 139, no inciso XVIII,
incitar greves ou a elas, aderir, é algo que os servidores não podem realizar.
Quando falei sobre o assunto com algumas pessoas dentre ela sindicalistas, acharam um temendo absurdo, mas a vida é assim, entre o discurso e a pratica existe um grande abismo.
Falar em democracia é lindo e maravilhoso, agora praticar..., é outra historia. 

sexta-feira, 9 de março de 2012

Trabalhando Sério

Logo mais as 19h00, também conhecida como sete da noite estará acontecendo a cerimonia de inauguração da Sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Botucatu. A sede própria da entidade fica na Rua Damião Pinheiro Machado, 197, próximo ao terminal rodoviário.
A  inauguração oficial da sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Botucatu, para mim é motivo de muita alegria não por ser um dos fundadores da entidade, mas pelo fato da mesma estar sendo muito bem administrada.
O imóvel foi adquirido com recursos próprios e desde então vem passando por reforma, onde o esforço pessoal de alguns de seus diretores deve ser destacado, Mané, Dirceu e João literalmente botaram as mãos na massa. E o que não devemos esquecer é a seriedade no investimento dos recursos da instituição que na verdade pertence aos servidores municipais.
Sempre fui um defensor ferrenho do movimento sindical, por acreditar que este é o caminho para conquistas da classe trabalhadora, más para isso devemos ser mais atuante, acompanhando o dia-dia de nossa entidade de classe, volto a repetir conquistas não depende somente do esforço e dedicação pessoal dos diretores, mas sim do engajamento de toda a categoria. Devemos nos organizar, e acompanhar de perto nossa entidade, se sindicato fosse ruim para os sindicalizados os patrões não se organizariam desta forma, os sindicatos patronais estão aí e sua organização é igual a dos trabalhadores, incluindo a contribuição sindical.

quarta-feira, 7 de março de 2012



A LUTA DAS MULHERES É PARTE INTEGRANTE DA LUTA DE CLASSES  
           
PCB - CLASSIFICADO EM MOVIMENTOS  - POPULAR

A comunista alemã, Clara Zetkin, no II Congresso Internacional das Mulheres Socialistas, em Copenhagen (1910), propõe a existência de uma data para a lembrança/comemoração das lutas das mulheres. A data nos remete às operárias têxteis de Nova York (EUA) que em 1857 em função das greves por igualdade salarial e melhores condições de trabalho para homens e mulheres, foram mortas, por intolerância patronal,  em um incêndio  na fábrica na qual trabalhavam. Também remete às trabalhadoras russas, que contribuíram com a revolução soviética, em suas campanhas pelo direito ao voto, contra as discriminações, a fome, a guerra, a exploração entre os anos de 1911 a 1917.

As mulheres trabalhadoras organizadas vão, ao longo da história, construindo na luta  essa data – O Oito de Março – desde 1921/1922, (reconhecida oficialmente pela( ONU apenas em 1975) já que a dominação e exploração sobre as mulheres é um processo que assumiu, como assume, diferentes formas ao longo da história da humanidade. Para nós do ANA MONTENEGRO a questão central, aquela que guia nossas análises, é a exploração do trabalho assalariado, o não pleno emprego, a não aceitação da demissão imotivada ,em síntese, a contradição capital-trabalho.
A crise econômica mundial, sistêmica no capitalismo, atingesobretudo as mulheres, com suas precárias relações de trabalho,com a violência, pelo assédio, no ambiente de trabalho em função das relações assimétricas de poder postas pelo capitalismo, nas guerras de rapina de recursos naturais, e, claro, com a sobrecarga de responsabilidades não socializadas com a casa e família. Não há perspectivas para as mulheres nos marcos do capitalismo para a questão de classe e de gênero, porque o modo de produção não se limita á atividade econômica imediata, atingindo a vida social, omodo de existência do cotidiano das mulheres.

Hoje está escancarando o caráter de classe do Estadobrasileiro : com o ciclo burguês plenamente consolidado, já parte, aliás, do processo de acumulação mundial e integrante  do sistema capitalista do mundo, não há como iludir-se com bandeiras de lutas que apontem por reformá-lo. O movimento de mulheres burguês atrasa as lutas das trabalhadores e ajuda a aprofundar o processo de exploração.
O Estado brasileiro,atuanaperspectiva da manutenção da ordem capitalista. De outra forma, como entender o Cadastro Nacional de Gestantes para controlar as mulheres que engravidam? A não legalização do aborto, a não construção das prometidas creches? Os acertos econômicos e financeiros, com a maioria dos países da América Latina, e ainda que de forma tímida, também com os europeus,sempre tendo à frente, multinacionais brasileiras? A ocupação do Haiti? A concessão, nos meios de comunicação, de verdadeiros impérios fortalecedores da dominação ideológica do país, que insistem em não retratar, em não dar voz, às mulheres brasileiras?
O imperialismo atinge todos os povos, homens e mulheres, com guerras, ameaças, e principalmente saqueando as riquezas naturais dos países periféricos e emergentes, daí a necessidade do exercício do internacionalismo proletário, com a nossa solidariedade às mulheres do mundo contra a opressão, especialmente do Haiti, da Palestina, da Somália, do Sahara Ocidental, ao povo grego e irlandês que bravamente lutam contra a crise do capital, e a Cuba que continua sofrendo os embargos econômicos impostos pelos EEUU. Definitivamente o capitalismo não oferece solução aos problemas da humanidade pelo seu grau de concentração de riquezas. 
As feministasqueremos a construção de uma sociedade livre da exploraçãodo trabalho pelo capital, em um estado laico. Na luta de classes deve-selevar em conta suas demandas específicas: direito a uma vida sem violência, com moradia digna e reforma agrária, o fim da mercantilização do corpo da mulher, prevenção e atenção à saúde integral da mulher com a legalização do aborto, o pleno emprego e a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, a não demissão imotivada, a socialização do trabalho doméstico com a criação de espaços como restaurantes e lavanderias públicas e creches  de qualidade, medidas que promovam a conscientização e participação política das mulheres, desmascaramento dos processos de higienização social que ocorrem no país ditados pelos interesses capitalistas ( escondidos sob falsas campanhas gigantescas, como shows pirotécnicos, copas esportivas, lutas contra as drogas ou simplesmente especulação imobiliária) nos quais o Estado afasta de forma brutal e violenta as mulheres de suas casas, pelo ensino público de qualidade, não sexista, não racista e não homofóbico, e políticas públicas efetivas de não violência contra a mulher. 
Queremos e formaremos com as feministas revolucionárias um bloco histórico, a partir da unidade de ação, respeitando os ritmos e cultura de cada organização, buscando avançar na realização do poder popular, na construção de uma hegemonia econômica, política, cultural, filosófica e moral, enfim, uma verdadeira contra hegemonia ao modo de produção e de vida capitalista, criando condições de luta pelo fim da exploração e opressão sobre as mulheres, sobre a humanidade.

Ousar lutar, ousar vencer!

www.pcb.org.br

sexta-feira, 2 de março de 2012

Será que estou errado?

Os servidores municipais que adoeceram e por este motivo ficaram afastado por licença medica, já estão sentindo no bolso, ou melhor, na mesa os efeitos de um dos artigos da sonhada reforma administrativa, onde coloca que os valores do vale compras alimentos será proporcional aos dias trabalhados.
Na minha modesta opinião esta regra deve servir para os que recebem vale refeição, pois tem por objetivo facilitar a vida dos trabalhadores que com tal beneficio permite ao mesmo alimentar-se sem a necessidade de carregar consigo a “marmita”. Em nosso caso cujo beneficio inicial seria uma “cesta básica”, ouseja, uma complementação salarial, não faz sentido.
Digamos que estivéssemos recebendo “cestas básicas” como seria realizado este desconto? 100 gramas de arroz para cada dia ausente? Ah! O objetivo deste redutor é coibir as faltas dentro do serviço publico, no caso falta para eles inclui também licença medica, ficou doente não come.
Isso vai fazer com que o trabalhadorcompareça no seu posto de trabalho mesmo estando doente, em alguns casos podendo transformar a repartição em um autentico ambulatório, pegamos um caso de conjuntivite, doença que pode ser transmitida com facilidade, e com afastamento médio de três dias, o servidor para não perder parte do beneficio irá ao trabalho doente podendo espalhar seu mal para seus companheiros de trabalho.
Com certeza esta não foi uma atitude inteligente de nossos governantes, pois o servidor será duplamente penalizado, primeiro por estar doente e em segundo com corte em parte de sum beneficio. Se o objetivo era coibir as licenças medicas, poderiam pensar em outra forma como criando um ambulatório medico de “verdade”, onde o servidor doente pudesse ser avaliado de forma correta por um profissional da administração, separando o doente dos vivaldinos, criando assim um critério justo para o corte ou não no vale compra alimentos, não jogando todos na mesma vala.
Já que o objetivo é acabar com os afastamentos, por que não se criou uma bonificação por assiduidade, como uma forma de valorização do funcionalismo não penalizando os que se afastam por motivos de saúde, até porque quem está doente necessita de medicamentos, isso significa menos dinheiro no bolso, ou seja mais dificuldades.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Nada de novo, por enquanto...

Segundo informações este mês uma nova empresa começará a operar no transporte coletivo urbano botucatuense.
Como é de conhecimento da grande maioria os serviços foram divididos em dois lotes, ou seja, “cada macaco no seu galho”. Mais um compromisso cumprido como dizem os arautos das boas novas.
A população menos avisada pode até imaginar que as mudanças já começaram, pois a nossa velha conhecida mudou o nome e também a pintura dos veículos, mas os serviços continuam os mesmos, com atrasos e veículos quebrados, incluindo os novos.
Esperamos que as coisas melhorem que a Secretaria Municipal de Transporte, cumpra o seu papel, que é fiscalizar o sistema, pois ficar perguntando a permissionária “o que aconteceu”, de nada resolve, agente fiscalizador é para ficar na rua, não atrás de mesas atendendo telefone, prometendo solução para os problemas, alias o que na grande maioria das vezes não acontece.