segunda-feira, 26 de abril de 2010

TEMOS DIREITOS. MAS TAMBÉM DEVERES!!!

Meus amigos, no próximo sábado estaremos comemorando o “Dia do Trabalhador”. Dia de festas, discursos e muito oba-oba, mas na pratica a exploração dos que produzem riquezas no mundo continua, isso acontece em todos os seguimentos.
Mas infelizmente grande parte da massa trabalhadora ainda desconhecem seus instrumentos de luta e desprezam suas entidades de classe, os sindicatos.
Muitos acreditam que ser sindicalizado basta, não é preciso participar das assembléias e reuniões da categoria, etc.
Eu comparo um sindicato como um automóvel que não roda sem combustível, o combustível de uma entidade sindical é o trabalhador, este é que torna sua entidade forte ou não.
O sindicato é o representante legal de uma categoria profissional, se esta não está contente com seus representantes não devem deixar seu quadro associativo, mas continuar filiado e exigindo dos diretores que estes sejam firmes e atuantes.
Reclamar pelos corredores e roda de amigos não trará beneficio algum, muito pelo contrario, teremos o enfraquecimento de toda a categoria. Temos que participar, em uma campanha salarial por exemplo a decretação de uma grave depende de aprovação da assembléia geral.
Quando nós votamos e elegemos nossos representantes seja em que área for, estamos delegando poderes, mas não estamos livres de nossas responsabilidades, isso em todos os setores sindicatos, associação de moradores, eleição de síndicos, vereadores, prefeitos até o presidente da republica.
Falando em presidente da republica, Lula não lutou só no inicio dos anos oitenta nas greves históricas dos metalúrgicos do ABC, ele teve ao seu lado toda uma categoria profissional, que mesmo com a prisão de seus lideres deram prosseguimento ao movimento reivindicatório, isso é que eu chamo de conscientização, onde conhecemos não só nossos direito, mas também nossos deveres.
É importante lembrar que citei a greve como um exemplo de mobilização, não que eu esteja pregando a realização da mesma, mas se necessário for estarei lá como já fiz quando metalúrgico, pois a sociedade às vezes só avança quando o trabalhador para.
A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?


Charles Chaplin

domingo, 25 de abril de 2010

quinta-feira, 22 de abril de 2010

QUANDO SERÁ?

Foi em Diamantina
Onde nasceu JK
Que a Princesa Leopoldina
Arresolveu se casá
Mas Chica da Silva
Tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa
A se casar com Tiradentes...

...O, ô , ô, ô, ô, ô
O trem tá atrasado ou já passou


Acima temos um trecho de uma musica cuja autoria é de Stanislaw Ponte Preta (Sergio Porto), o pessoal da antiga deve se lembrar, e como vemos é a história do Brasil contada de uma forma muito louca.
Resolvi ressuscitar esta musica para falar de algo que me incomoda há décadas, me leva a protocolizar documentos na Prefeitura Municipal de Botucatu pedindo providencias. Mas infelizmente acredito que estou fazendo careta para cegos.
Refiro-me ao transporte coletivo urbano em nossa cidade, que novidade?! Pois bem, antes reclamava do atraso dos ônibus, agora existem casos em que eles estão passando antes do horário marcado.
Vejam o que aconteceu, por exemplo, com alguns servidores da UNESP no último dia 10 de abril sábado: o horário de partida do coletivo de UNESP em direção ao centro da cidade era às 17h10min, pois bem segundo os que lá estavam o coletivo partiu por volta das 16h55min. Obrigando muitos a desmarcarem seus compromissos e a amargarem mais uma hora de espera, sem direito a recebimento de horas extras.
Mas como tragédia pouca é besteira no horário seguinte ele passou atrasado em mais de 15(quinze) minutos.
Hoje, vinte dois de abril, o ônibus que vai para Vitoriana e Rio Bonito, partiu do Terminal Rodoviário antes do horário, e por este motivo alguns passageiros ficaram apavorados, pois este era o ultimo coletivo do dia para aquela região.
O, ô , ô, ô, ô, ô
O busão tá atrasado ou já passou

Mas vem coisa boa por aí, a gloriosa permissionária está investindo alto na área esportiva, pugilismo – agora os veículos estão batendo, mas pelo que parece não é por barbeiragem dos condutores, mas sim falta de manutenção, o último choque que eu tenho noticia, aconteceu no dia 14 quarta feira – aniversário de Botucatu, enquanto muitos munícipes assistiam ao desfile comemorativo ao aniversário da cidade, um grupo de pessoas viviam um misto de raiva e medo, quando foi necessário manobrar um dos ônibus, percebeu-se que não minha uma das marchas, a ré, e quando esta funcionou faltou o freio e o resultado, um choque conta um poste. Neste momento apareceu um dos manda chuva da empresa e nem se preocupou em ver se tinha algum passageiro ferido, mas sim com o patrimônio da mesma, num tremendo desrespeito aos usuários.
Outra coisa que vem se tornando rotina, e complicando a vida de todos é a retirada dos cobradores em algumas linhas. O que provocando atrasos e entortando o juízo dos condutores, fazendo-os a aprenderem a “assobiar e chupar cana”, isso ao mesmo tempo.
Quando será que vai acabar o nosso pesadelo?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

MELHORAR É POSSIVEL E NECESSÁRIO

As paradas cívico-militar ou desfiles como é popularmente conhecido, acredito eu que em nossa cidade necessita de um tratamento de choque, digo isto por alguns motivos os quais estarei relacionando a seguir.
Duas vezes ao ano nós representantes de entidades e escolas para tratarmos da organização do mesmo fala-se sempre as mesmas coisas e no final acaba por acontecer às mesmas coisas, ou seja, o que não fora combinado.
Para dar inicio as minhas observações temos que pensar em um local apropriado, não temos então vamos adaptar um, minha sugestão é a Avenida Floriano Peixoto, região central da cidade, e apesar de ser um corredor de ônibus, o desvio do transito seria menos traumático, com rotas alternativas muito mais simples. Além de termos a possibilidade de dar maior conforto ao publico com a colocação de equipamentos como arquibancadas.
Porque sou contrario a realização do mesmo na Rua Amando de Barros e Avenida Dom Lucio, na primeira apesar da boa acústica o trajeto é longo e foi possível observar muitos espaços sem a presença do publico. Em relação a Dom Lucio vejo como um local desconfortável com canteiro central, etc.
Outra coisa que precisamos começar a respeitar é o horário marcado para inicio do evento, nove horas não é nove e cinco, nem cinco para as nove, combinado não é caro, a mobilização é muito grande, tanto dos organizadores como dos que tem algo a apresentar, mas devemos ser mais exigentes quanto ao cumprimento dos horários estabelecidos.
Agora vem a parte mais terrível de todas, as apresentações defronte ao palanque das autoridades. Para aqueles que acreditam que isso deve acontecer à primeira sugestão é a fixação de um tempo suficiente para a apresentação de uma peça, algo em torno de cinco minutos. Ou que haja a inscrição previa para que esta seja realizada após o desfile, ou melhor, que façamos então um festival de bandas e fanfarras.
Para tanto poderíamos trazer bandas e fanfarras de outras cidades, o que ajudaria a melhorar a qualidade de nossas agremiações.
Não é necessário que digam amém para estas minhas colocações, meu objetivo é que possamos melhorar este formato de evento, que está necessitando urgentemente de uma oxigenação.

terça-feira, 20 de abril de 2010

O QUE FAZER???

Algumas coisas me deixam bolado, injuriado, P... da vida. Em nossa cidade muita gente não se importa com os pedestres.
Calçada, também conhecida como passeio publico, muitas vezes em péssimas condições, ou quando não carros estacionados sobre estas, ou quando não caçambas, materiais de construção, mesa de bar, etc. obrigando os pedestres a transitarem sobre a faixa de rolamento.
Ora se para as pessoas consideradas normais é um problema, imaginem ao portadores de necessidades especiais.

sábado, 10 de abril de 2010

Desastres: Culpa da Natureza ou do Homem?

Aqueles que me conhecem sabe que nunca gostei de habitar sobre aquela obra de alvenaria que serve para delimitar espaços vulgarmente conhecido como muro, por este motivo resolvi utilizar-me desta ferramenta para expor minhas opiniões.
Na terça-feira 30 de março postei aqui algumas considerações a respeito de Comunidades mais seguras e vontade política. Ou seja, alguns dias antes dos desastres ocorridos no Estado do Rio de Janeiro.
Não pretendo ser o arauto do apocalipse, mas acontecimentos como estes só terão seus efeitos reduzidos quando houver vontade política de nossos governantes, quando estes resolverem investir em planejamento, projetos e ações que tenha por objetivo melhorar a infra-estrutura das cidades projetando as mesmas para o futuro.
A meu ver os estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro possuem as melhores equipes de Defesa Civil do país, o primeiro através da Universidade Federal – SC, promove cursos de capacitação para agentes de DC, e o segundo a Defesa Civil é Secretaria de Estado.
O fenômeno ocorrido no Rio de Janeiro é atípico, uma precipitação pluviométrica de aproximadamente 400 mm (quatrocentos milímetros) é algo assustado, mas se tivéssemos uma cidade com melhor infra-estrutura de, com canais e galerias limpas, vias publicas com pouco ou sem lixo, encostas sem ocupação os efeitos seriam menores.
Encostas são consideradas áreas de risco, portanto não devem ser ocupadas. As áreas que margeiam os rios e córregos, as chamadas várzeas também, pois quando está livre de construções em épocas de cheias estas são ocupadas pelas águas sem maiores problemas, já com construções temos os alagamentos e as enchentes que provocam prejuízos materiais e muitas vezes com vitimas.
Voltando ao assunto planejamento, é interessante lembrar que o Ministério da Integração, ao qual pertence a Defesa Civil Nacional libera recursos para investimentos em obras de prevenção, basta que os estados e municípios apresentem projetos. E a elaboração de projetos também não é “bicho de sete cabeças”, a administração pública não possui pessoal para tanto temos as universidades e institutos de pesquisas como o IPT em São Paulo e o IPES – no Espírito Santo que publicou em 2006 - Atlas das Áreas de Riscos do Estado do Espírito Santo, uma edição que trata o assunto com profundidade – incêndios florestais e urbanos, fenômenos hidrometereologicos, fenômenos geológicos, fenômenos urbanos e fenômenos sanitários-ecologicos.
É importante lembrar que nos desastres por mais significante que sejam os danos materiais eles serão resolvidos, mas as vidas perdidas e as seqüelas deixadas nas vitimas não.
Outro agravante depois dos eventos adversos é o risco de infecções, e doenças, como hepatite e leptospirose, provocado pelo contato com águas contaminadas, sobrecarregando ainda mais o já precário sistema publico de saúde.

domingo, 4 de abril de 2010

QUEM É ELE?

A grande imprensa brasileira não dá muita importância, muitas Secretarias de Cultura e de Educação também não, mas, Nei Lopes é hoje um nome de peso na cultura nacional, constituindo-se mesmo numa referência. Pesquisador sistemático das culturas africanas, Nei Lopes é autor, a partir de 1981, de vasta obra publicada em livros e periódicos, na qual se destacam:
O samba, na realidade... ; a utopia da ascensão social do sambista. Rio, Codecri, 1981; Islamismo e negritude (c/ João Baptista M. Vargens). Rio, Centro de Estudos Árabes, Faculdade de Letras, UFRJ, 1982; Egungun, ancestralidade africana no Brasil (c/ Juana Elbein dos Santos). Salvador, SECNEB, 1982 [publicado como encarte do disco lp de mesmo nome]; Pagode, o samba guerrilheiro do Rio. In Notas Musicais Cariocas (org. J.B.M. Vargens), Petrópolis, Vozes, 1986; Bantos, Malês e identidade negra , Rio, Forense-Universitária, 1988; Música popular, repressão e resistência - uma cronologia. In Cativeiro & Liberdade, Rio, IFCH-UERJ, 1989; O Negro no Rio de Janeiro e sua tradição musical, Rio, Pallas, 1992; Afro-brazilian music and identity. In Conexões, Michigan State University/African Diaspora Research Project, vol. 5, # 1, april, 1993; Onomástica palmarina. In Carta, nº 13, Brasília, Gabinete do Senador Darcy Ribeiro, 1994; Incursões sobre a pele (poemas). Rio, Artium, 1996; Dicionário Banto do Brasil , Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1996 (a 2ª edição revista e aumentada está no prelo, para ser lançada por Pallas Editora); Rebouças, Teodoro e Juliano, Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio, 1997; As línguas dos povos Bantos e o português do Brasil, idem. Uma breve história do Samba [publicado como encarte da coletânea de Cds “Apoteose ao Samba”] , Rio, EMI, 1997; 171, Lapa-Irajá : Casos e Enredos do Samba. Rio, Folha Seca, 1999 ; Logun-Edé: Santo menino que velho respeita (Pallas Editora, 1999); Zé Kéti, o samba sem senhor (Relume Dumará, 1999); Salve lindo pandeiro, salve salve!. In “Para Entender o Brasil”, 2000. – Artigo sobre a importância da tradição musical negra, e principalmente do samba, na música popular brasileira; A Encantadora Música do Rio. In “Guia Amoroso do Rio”, Riotur, 2000 – Pequeno esboço histórico e estético do samba do choro e da bossa-nova.
Rio, Zona Norte. Dá até samba! . In “Zona Norte: território da alma carioca”, (org. Lúcia Rito) Norteshopping, 2001 – Artigo sobre a música no subúrbio carioca; Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana – Inventário, em forma de dicionário, de um conjunto de informações multidisciplinares referentes ao universo das culturas africanas (as atingidas pelo escravismo europeu), afro-americanas e afro-brasileiras, constituindo um corpus de aproximadamente 7 mil entradas, contendo biografias, definições e outras informações de cunho enciclopédico, a partir de um ponto de vista brasileiro (Summus Editorial/Selo Negro, São Paulo, 2004).
Nei Braz Lopes, nasceu no subúrbio de Irajá, Rio de Janeiro, RJ, em 9 de maio de 1942. Bacharel pela Faculdade Nacional de Direito da antiga Universidade do Brasil, no início dos anos 70 abandonou a recém-iniciada carreira de advogado para dedicar-se à música e à literatura. Compositor profissional desde 1972 notabilizou-se principalmente pela parceria com Wilson Moreira e pela obra gravada por quase todos os grandes intérpretes do samba tradicional. Nos anos 80 foi um dos impulsionadores, como prático e teórico, do chamado "pagode de fundo de quintal", que levou de novo o samba, com nova roupagem, às paradas de sucesso.
Ligado às escolas de samba Acadêmicos do Salgueiro (como compositor) e Vila Isabel (como dirigente).

Em televisão, Nei Lopes escreveu e apresentou, entre outros musicais, “Pagode” (Rede Globo, 1987); “Dia Nacional do Samba” (Manchete, 1988); “Presença Negra”(TV-E, Rede Brasil, 1995); e “Saravá, Tio Samba”(Idem, 1996).

Em teatro, encenou “Oh, Que Delícia de Negras!”, revista musical, com partitura de Cláudio Jorge (Teatro Rival, 1989); “Clementina” (1999) e “O Rancho da Sereia” (2000) com o elenco de alunos de teatro do Centro Cultural José Bonifácio, da Prefeitura do Rio.

No plano internacional, Nei Lopes apresentou-se em 1997 em Angola, em espetáculos nas cidades de Luanda, Benguela, Lobito e Lubango, nas comemorações do “Festival do Trabalhador”, em 1987; e em Havana, Cuba, no “Festival Internacional da Juventude”, em 1997 e no Cubadisco, em maio de 2001.

Escritor
Em 2001, Nei Lopes lança pela Dantes Editora, um livro, encomendado, sobre História e curiosidades bem-humoradas dos subúrbios cariocas. Chama-se “Guimbaustrilho e outros mistérios suburbanos”.

Em fevereiro de 2003, lança, pela Edições Folha Seca & Casa da Palavra, o livro "Sambeabá, o que não se aprende na Escola". Em 2004, sua Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana é lançada pela Editora Summus.

Para provar minha afirmação no inicio deste artigo, até novembro de 2009 a Biblioteca Municipal de Botucatu, não tinha nenhum exemplar das obras de Nei Lopes.

sábado, 3 de abril de 2010

SOU NEGRO


Sou negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh`alma recebeu o batismo dos tambores
atabaques, gongôs e agogôs

Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço
plantaram cana pro senhor de engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu

Depois meu avô brigou como um danado
nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso

Mesmo vovó
não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou

Na minh`alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação

SOLANO TRINDADE

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Louvor do Revolucionário

Quando a opressão aumenta
Muitos se desencorajam
Mas a coragem dele cresce.
Ele organiza a luta
Pelo tostão do salário, pela água do chá
E pelo poder no Estado.
Pergunta à propriedade:
Donde vens tu?
Pergunta às opiniões:
A quem aproveitais?

Onde quer que todos calem
Ali falará ele
E onde reina a opressão e se fala do Destino
Ele nomeará os nomes.

Onde se senta à mesa
Senta-se a insatisfação à mesa
A comida estraga-se
E reconhece-se que o quarto é acanhado.

Pra onde quer que o expulsem, para lá
Vai a revolta, e donde é escorraçado
Fica ainda lá o desassossego.

Bertold Brecht, in 'Lendas, Parábolas, Crónicas, Sátiras e outros Poemas'
Tradução de Paulo Quintela
NOITE DAS PANTERAS

No carnaval de Ilha das Flores uma das noites por uma decisão quase unânime os integrantes da banda resolveram usar saias e vestidos. A decisão foi quase unânime porque Dema-El Bigodon, rebelou-se e disse que se isso ocorresse não subiria no palco, pois tinha mais de vinte carnavais na carreira.

As algumas moças e senhoras da cidade encarregaram-se em providenciar as vestimentas femininas, para Zé Lingüiça descolaram uma mini-saia jeans, e um top. Na época o cara tinha aproximadamente quatorze anos de idade, e pernas desprovidas de pelos, isso despertou desejos, ou melhor, um senhor que se encantou pelas pernas do garoto.

O homem encostou-se junto ao palco e não saiu mais, o velhinho babou. Não resistindo aos encantos do menino, para a tristeza do cidadão no final do baile “Chapeuzinho Vermelho” virou lobo mal e foi atrás da periguete Cicinha Axé!