domingo, 4 de abril de 2010

QUEM É ELE?

A grande imprensa brasileira não dá muita importância, muitas Secretarias de Cultura e de Educação também não, mas, Nei Lopes é hoje um nome de peso na cultura nacional, constituindo-se mesmo numa referência. Pesquisador sistemático das culturas africanas, Nei Lopes é autor, a partir de 1981, de vasta obra publicada em livros e periódicos, na qual se destacam:
O samba, na realidade... ; a utopia da ascensão social do sambista. Rio, Codecri, 1981; Islamismo e negritude (c/ João Baptista M. Vargens). Rio, Centro de Estudos Árabes, Faculdade de Letras, UFRJ, 1982; Egungun, ancestralidade africana no Brasil (c/ Juana Elbein dos Santos). Salvador, SECNEB, 1982 [publicado como encarte do disco lp de mesmo nome]; Pagode, o samba guerrilheiro do Rio. In Notas Musicais Cariocas (org. J.B.M. Vargens), Petrópolis, Vozes, 1986; Bantos, Malês e identidade negra , Rio, Forense-Universitária, 1988; Música popular, repressão e resistência - uma cronologia. In Cativeiro & Liberdade, Rio, IFCH-UERJ, 1989; O Negro no Rio de Janeiro e sua tradição musical, Rio, Pallas, 1992; Afro-brazilian music and identity. In Conexões, Michigan State University/African Diaspora Research Project, vol. 5, # 1, april, 1993; Onomástica palmarina. In Carta, nº 13, Brasília, Gabinete do Senador Darcy Ribeiro, 1994; Incursões sobre a pele (poemas). Rio, Artium, 1996; Dicionário Banto do Brasil , Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 1996 (a 2ª edição revista e aumentada está no prelo, para ser lançada por Pallas Editora); Rebouças, Teodoro e Juliano, Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio, 1997; As línguas dos povos Bantos e o português do Brasil, idem. Uma breve história do Samba [publicado como encarte da coletânea de Cds “Apoteose ao Samba”] , Rio, EMI, 1997; 171, Lapa-Irajá : Casos e Enredos do Samba. Rio, Folha Seca, 1999 ; Logun-Edé: Santo menino que velho respeita (Pallas Editora, 1999); Zé Kéti, o samba sem senhor (Relume Dumará, 1999); Salve lindo pandeiro, salve salve!. In “Para Entender o Brasil”, 2000. – Artigo sobre a importância da tradição musical negra, e principalmente do samba, na música popular brasileira; A Encantadora Música do Rio. In “Guia Amoroso do Rio”, Riotur, 2000 – Pequeno esboço histórico e estético do samba do choro e da bossa-nova.
Rio, Zona Norte. Dá até samba! . In “Zona Norte: território da alma carioca”, (org. Lúcia Rito) Norteshopping, 2001 – Artigo sobre a música no subúrbio carioca; Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana – Inventário, em forma de dicionário, de um conjunto de informações multidisciplinares referentes ao universo das culturas africanas (as atingidas pelo escravismo europeu), afro-americanas e afro-brasileiras, constituindo um corpus de aproximadamente 7 mil entradas, contendo biografias, definições e outras informações de cunho enciclopédico, a partir de um ponto de vista brasileiro (Summus Editorial/Selo Negro, São Paulo, 2004).
Nei Braz Lopes, nasceu no subúrbio de Irajá, Rio de Janeiro, RJ, em 9 de maio de 1942. Bacharel pela Faculdade Nacional de Direito da antiga Universidade do Brasil, no início dos anos 70 abandonou a recém-iniciada carreira de advogado para dedicar-se à música e à literatura. Compositor profissional desde 1972 notabilizou-se principalmente pela parceria com Wilson Moreira e pela obra gravada por quase todos os grandes intérpretes do samba tradicional. Nos anos 80 foi um dos impulsionadores, como prático e teórico, do chamado "pagode de fundo de quintal", que levou de novo o samba, com nova roupagem, às paradas de sucesso.
Ligado às escolas de samba Acadêmicos do Salgueiro (como compositor) e Vila Isabel (como dirigente).

Em televisão, Nei Lopes escreveu e apresentou, entre outros musicais, “Pagode” (Rede Globo, 1987); “Dia Nacional do Samba” (Manchete, 1988); “Presença Negra”(TV-E, Rede Brasil, 1995); e “Saravá, Tio Samba”(Idem, 1996).

Em teatro, encenou “Oh, Que Delícia de Negras!”, revista musical, com partitura de Cláudio Jorge (Teatro Rival, 1989); “Clementina” (1999) e “O Rancho da Sereia” (2000) com o elenco de alunos de teatro do Centro Cultural José Bonifácio, da Prefeitura do Rio.

No plano internacional, Nei Lopes apresentou-se em 1997 em Angola, em espetáculos nas cidades de Luanda, Benguela, Lobito e Lubango, nas comemorações do “Festival do Trabalhador”, em 1987; e em Havana, Cuba, no “Festival Internacional da Juventude”, em 1997 e no Cubadisco, em maio de 2001.

Escritor
Em 2001, Nei Lopes lança pela Dantes Editora, um livro, encomendado, sobre História e curiosidades bem-humoradas dos subúrbios cariocas. Chama-se “Guimbaustrilho e outros mistérios suburbanos”.

Em fevereiro de 2003, lança, pela Edições Folha Seca & Casa da Palavra, o livro "Sambeabá, o que não se aprende na Escola". Em 2004, sua Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana é lançada pela Editora Summus.

Para provar minha afirmação no inicio deste artigo, até novembro de 2009 a Biblioteca Municipal de Botucatu, não tinha nenhum exemplar das obras de Nei Lopes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário