quinta-feira, 29 de setembro de 2022



RACISMO NO FUTEBOL




O ódio está cada dia maior em nosso meio, isso acontece em escala mundial. Caminhamos em ritmo acelerado rumo a “desumanização”, onde ser “diferente” é considerado crime por muitos.

É desnecessário fazer aqui um rol dessas diferenças, vou falar apenas da questão racial, a cor da pele.

Na ultima terça feira, no jogo entre a Seleção Brasileira de Futebol e a Seleção da Tunísia, torcedores jogaram bananas em campo, quando da comemoração de um gol do time brasileiro.

A partida em questão aconteceu na França, mas isso acontece na Itália, Alemanha, Rússia, Argentina, no mundo todo, até mesmo aqui no Brasil.

Meses atrás, no jogo entre São Paulo e Flamengo, um torcedor são-paulino imitou macaco. 

Fala-se muito que fazemos parte de uma minoria, o que eu discordo.

Se nos unirmos em nossos ideais,  seremos maioria absoluta e consequentemente fortes!

Dessa forma poderemos começar a mudar a ordem das coisas. Infelizmente travamos lutas individuais, como verdadeiros Dom Quixote. 

Vivemos em uma sociedade que nos trata como escória, paria, sempre suspeitos. Grande massa de desempregados ou em subempregos, além dos menores salários, sub moradia… em resumo, ainda lutamos pela abolição, a verdadeira. Pois a de 12 de maio de 1888, foi uma farsa.


quarta-feira, 28 de setembro de 2022

 



HISTÓRIA HOJE


Hoje é 28 de Setembro... Esse dia me faz voltar no tempo e lembrar da União Cultural Negra de Botucatu.

Setembro era um mês de festa para a negritude botucatuense, uma programação intensa, preparada com muito carinho, tanto na parte recreativa quanto cultural. Com destaque para o Concurso Literário Turíbio Vaz de Almeida, Baile das Debutantes Negras.

Eram reuniões semanais, em uma das salas do Mercado Municipal Vereador Progresso Garcia, éramos muitos trabalhando, más, vou citar apenas dois nomes Mario Cezar – o Marião e Maria Luzia Alves de Lima. 

As atividades da União Cultural Negra de Botucatu, não se limitava a setembro, mês de aniversário da entidade, era o ano todo, encerrando em novembro o Mês da Consciência Negra. O Informativo Carapinha era distribuído mensalmente. A entidade tinha como objetivo resgatar a história e a cultura do negro, bem como o debate e combate a todas as formas de discriminação e preconceito, uma entidade de todos. 

A União Cultural Negra de Botucatu deixou um vazio enorme, e a negritude dispersa, a meu ver precisamos com urgência de um ponto de convergência da população afrodescendente em nossa cidade, resgatar nossos valores culturais, bem como atuar de forma eficaz no combate ao racismo, bem como proporcionar atividades de lazer não só a negritude mas a todos que chegarem despidos de toda forma de preconceito.

quinta-feira, 28 de abril de 2022

 


RACISMO & INJURIA


A máscara que o Brasil é o país da democracia racial já foi por terra há muito tempo, o que precisa ir por terra o mais rápido possível é o conceito de crime de injuria racial, que é diferente do crime de racismo que é inafiançável. Porém a meu ver a injuria racial é cometida por pessoas racistas, logo deve ser considerada como crime de racismo.

O crime de racismo está previsto na Lei n.º 7.716/89 e ocorre quando as ofensas praticadas pelo autor atingem toda uma coletividade, um número indeterminado de pessoa, ofendendo-os por sua ‘raça’, etnia, religião ou origem, assim, impossível saber o número de vítimas atingidas. A pena prevista é a reclusão de um a três anos e multa e é inafiançável.

O crime de injúria racial está previsto no artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal e ocorre quando o autor ofende a dignidade ou o decoro utilizando elementos de ‘raça’, cor, etnia, religião, condições de pessoas idosas e portadores de deficiência. Neste caso, diferente do racismo, a autor não atinge uma coletividade, e sim a uma determinada pessoa, no caso, a vítima. Já a pena prevista é detenção de um a seis meses ou multa e é possível o pagamento de fiança.

Pois bem, considerando o segundo parágrafo do presente texto, o torcedor argentino detido na Neo Química Arena, jogo entre Corinthians e Boca Juniors, na última terça feira, não cometeu crime de injuria racial, mas sim de racismo. Pois os gestos do mesmo imitando macaco, não foram dirigidos a uma única pessoa, mas sim, contra um número indeterminado de pessoas, em especial a torcida corintiana, mas indiretamente ao povo brasileiro. Aliás, na Argentina chamar brasileiros de macaco, é pratica recorrente, independentemente da cor da pele.

Essa é minha opinião sobre o ocorrido, mas como não cursei nenhuma aula do curso de direito, deixo a palavra para os especialistas, mas que os mesmo opinem despidos de quaisquer pré conceitos.

quinta-feira, 14 de abril de 2022

 

NOSSA GUERRA DE TODO DIA


E a guerra Rússia & Ucrânia ainda é assunto em pauta nos jornais, telejornais, programas informativos de rádio, sites de notícias, e a maioria dos países do planeta metendo o dedo na ferida, sendo que o principal deles EUA também costuma invadir outras nações independentes quase sempre sob pretexto de assegurar a democracia ou combater possíveis terroristas.

Mas, deixa esse assunto para uma outra oportunidade, apesar de sua importância, prefiro fincar o pé nessa terra chamada Brasil, em que se vive uma guerra “silenciosa”, e isso não é fantasia criada por mim, e sim estatística os números demonstram isso, basta procura-los. No país que possui a maior população negra fora do Continente Africano (é bom deixar claro que a África não é um país, como muitos pensam, mas sim um continente, me desculpem, mas as vezes é necessário desenhar), 77% (setenta e sete por cento) das vítimas de homicídios são negros e negras.

A chance de uma pessoa negra ser assassinada no Brasil é 2,6 vezes superior àquela de uma pessoa não negra, esses números encontram-se no Atlas da Violência 2021, elaborado por meio de uma parceria entre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Ministério da Economia, e o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), ligado ao governo do Espírito Santo. Uma guerra em que as baixas ocorrem apenas de um lado.

Muitos dos homicídios são cometidos com armas e munição do estado, por pessoas que deveriam nos dar proteção, membros das Forças de Segurança Estaduais (policiais), das Forças Armadas ou por seguranças patrimoniais. É importante lembrar que muitos destes agentes são negros, pessoas que podemos chamar de fratricidas.

Relembrndo o congolês Moïse, Durval morto por um sargento da Marinha, Hiago Macedo – morto por um sargento PM em Niterói, as vítimas de segurança da rede Carrefour, ou da rede de fast food Burger King, as humilhações dentro das lojas Zara, não são fatos isolados, acontecem todos os dias (assuntos estes já esquecidos pela imprensa nacional). O que faz a diferença são as câmeras de segurança ou de algum aparelho celular, que se o agente de segurança truculento perceber que as imagens de sua selvageria estão sendo gravadas, certamente teremos mais vítimas.

Alguns dos crimes cometidos contra a população negra até ganham destaque na imprensa, porem se outra desgraça acontecer, eles desaparecem da pauta. Em nosso país existem as tais “balas perdidas”, mas que por infeliz coincidência estas encontram sempre um corpo negro para se alojar, e quase sempre ceifar sua vida.

A máscara de país da “democracia racial” já foi por terra há algum tempo, racismo é crime perante a lei, mas 99,9% dos casos são considerados injuria, um crime mais “suave”. Mas a meu ver, a injuria racial é cometida por uma pessoa racista, logo deveria deixar de existir.

Outra opinião deste pobre mortal, é que todo crime cometido por militares contra civis deveria ser julgado pela Justiça Comum, nada de Tribunal Militar, evitando assim o corporativismo entre os pares, essa é na minha opinião uma forma de se fazer justiça.