NO MATO SEM CACHORROS
Enquanto damos milho aos pombos enquanto as raposas dominam
o galinheiro, é assim que podemos definir a situação política do país. Os leões
que foram as ruas insuflados pelos poderoso e a imprensa defendendo o
afastamento da Presidente Dilma, agora encontram-se dormindo profundamente
enquanto o governo federal trama cortes de conquistas da classe trabalhadora.
Vários projetos de lei estão tramitando no Congresso, mas
como não interessa aos poderosos a grande imprensa não dá destaque ao assunto e
quando acordarmos estaremos no fundo do poço. A PEC 241 - Proposta de Emenda
Constitucional, que reduz verbas da Educação e Saúde e prepara terreno para o
desmanche do Estado.
“É uma medida perversa, que congela o gasto público por 20
anos. Sem recompor a defasagem, as contas públicas extrapolam e para resolver a
equação eu tenho de cortar direitos”. Para o dirigente do Diap, “a PEC 241 é o
gatilho que dispara as demais reformas”, inclusive a trabalhista.
Ele detalha a mecânica da medida: “Pegue o caso da
Previdência. Por causa do alongamento do ciclo biológico – ou seja, mais gente
mais velha – mais recursos deverão ser consumidos com o pagamento de
benefícios. Ao acontecer isso, crescerá a pressão conservadora pela reforma
previdenciária”.
Tempo - Segundo a agenda da Câmara, a 241 deve ser apreciada
ainda nesta semana na Comissão Especial; o parecer foi apresentado na terça
(4); a partir daí, podem ser pedidas vistas por dois dias. Porém, já na noite
da quinta (6), a matéria pode ir a voto na Comissão. Após isso, segue a plenário
e pode ser votada dia 11.
Reformas - Qualquer ajuste, hoje, vai exigir reformas, que
precisarão ser negociadas. Para Antônio Augusto de Queiroz, “a injustiça está
em impor sacrifícios só a assalariados e aposentados, cuja renda tem caráter
alimentar”.
Didático - Não é fácil detalhar tudo isso para trabalhadores
e a população em geral. Mas é o que há de ser feito. “Temos de ser didáticos,
explicar o que vai acontecer, por que vai acontecer e a que interesses serve
desmontar o Estado”, diz Toninho.
http://www.diap.org.br/
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