Euro terá jogos
paralisados em caso de atos racistas
O presidente da Uefa, Michel Platini, afirmou nesta
quarta-feira que árbitros irão paralisar partidas da Eurocopa no caso de
jogadores serem vítimas de atos racistas de torcedores durante seus respectivos
duelos na competição, que começará nesta sexta e será realizada na Polônia e na
Ucrânia.
O dirigente máximo da entidade que controla o futebol
europeu revelou, durante entrevista coletiva em Varsóvia (POL), que os juízes
estão autorizados a "parar temporariamente o jogo e finalmente cancelá-lo
se o racismo persistir" após a primeira paralisação.
A preocupação sobre o racismo na Eurocopa de 2012 aumentou
depois que um programa de TV da famosa rede inglesa BBC exibiu, no mês passado,
atos de descriminação durante jogos de clubes realizados na Polônia e na Ucrânia.
Na ocasião, o ex-zagueiro da seleção inglesa Sol Campbell, que é negro, chegou
a participar do programa e pediu aos torcedores ingleses que não viajem até os
países-sede desta Euro, como forma de protesto e precaução contra atos
racistas.
Depois de presenciar cenas reproduzidas pela BBC, nas quais
torcedores ucranianos e poloneses fazem saudações nazistas e insultam jogadores
negros com barulhos de macacos, Campbell chegou a dizer também que a Uefa errou
ao determinar a Polônia e a Ucrânia como sedes da Eurocopa de 2012.
O problema do racismo também ganhou contornos polêmicos
através do atacante italiano Balotelli, que na semana passada avisou que vai
deixar o campo se ouvir cânticos com abusos raciais nos estádios durante a
Eurocopa. A promessa do jogador, que também é negro, foi feita em entrevista
para a revista France Football.
Platini, porém, avisou a Balotelli nesta quarta que esse
tipo de atitude em campo lhe renderá um cartão amarelo. O dirigente enfatizou
que a Uefa sempre orienta os juízes a combaterem o racismo em campo e lembrou
ao atacante: "Não é o jogador, senhor Balotelli, que está no controle da
situação".
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