terça-feira, 23 de março de 2010

Embalos de Sábado a Noite

Noite de sábado céu salpicado de estrelas, muito calor e a população jovem da cidade da inicio a um movimento frenético rumo ao centro da cidade, simultaneamente tem inicio a angustia de um grupo de soldados do Batalhão de Infantaria. Os meninos pagavam o castigo referente ao exercício de educação física da quinta feira de manhã.

Conversa fiada, chororô, e planos mirabolantes e surge um maluco com uma idéia mais maluca ainda:

- vamos pro baile?!

O papo esquenta e aparece a divisão do grupo, uns sim outros não e alguns no muro, até que entra em cena Chocolate – sempre ele, que também poderia ser chamado de melancia, pois era militante do partido comunista e propõe uma assembléia, que de nada adianta, a cisão continuou. Por este motivo um bando partiu para o “Som das Estrelas”, local preferido da juventude afro-descendente local, mais freqüentado por todas as raças e etnias, era onde rolava o melhor balanço das noites interioranas swing nota 1000.

Som, luzes, mulheres e muita bebida, uma tremenda festa, Piraju – atracado na cintura de negra Ângela, um mulherão, Carlão só pedia a Deus que o mundo não acabasse naquele momento e Chocolate com a quase doutora Elem, uma gata com quase um metro e oitenta de altura tipo Thais Araujo, a ordem do rei era sacudir o esqueleto, tomar todas e ser feliz. Mas de uma hora para outra começou a revoada dos “periquitos”, deixando o salão um chamando o outro.

Mas Chocolate não aceitou o convite dos colegas de farda e continuou dançando, mas notou a presença de um militar do seu lado, e resolveu observá-lo de baixo para cima, percebeu o brilho nos coturnos, uniforme engomado, a fivela do cinto era um sol brilhando ai vem a pior parte nos braços do cara as divisas indicavam primeiro sargento, era o Sargento Manelão, um dos caras mais linha dura que se tinha noticias.

Neste momento o crioulo vira a pala do boné para frente, faz continência e diz:

- boa noite sargento!

Na rua encontra os recrutas, que entram em forma sob comando do “cabinho” – como eles chamavam o comandante da guarda, que em seguida passa o comando para Manelão que comanda a ordem unida até o quartel. La ouviram muita besteira, mas eles estavam preparados para o pior, afinal vivíamos a ditadura militar que teve inicio em mil novecentos e sessenta e quatro.

Mas para a felicidade de todos e bem estar do Batalhão não teve cadeia ou coisa pior, o castigo limitou-se a mais alguns finais de semana de serviço e muita faxina, além é claro de muito falatório.

Chocolate que tinha grandes chances de sofrer maiores castigos chegou a dar baixa com diploma de honra ao mérito.

O diabo não estava vestindo verde oliva nesta noite.

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