domingo, 17 de julho de 2011

Construtoras quando não matam, aleijam operários

Esta é a INACEITÁVEL situação a que são relegados muitos operários da construção, vítimas da total falta de segurança nos canteiros de obras, imposta pela ganância e sede de lucros da patronal. Os gananciosos patrões do setor da construção sugam o sangue dos trabalhadores como se estivessem chupando laranja: exploram ao máximo, causam doenças profissionais ou lesões irreversíveis, quando não matam; depois descartam como se fosse bagaço.

As construtoras cotidianamente descumprem as normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho e a legislação trabalhista, cometem todo tipo de irregularidades e abusos e o Estado – governo federal, estadual, municipal – não efetua a fiscalização como deveria.

Os “acidentes” – na verdade crimes premeditados perpetrados pela ganância patronal – acontecem cada vez com maior freqüência. Como esses sofridos pelos operários, ANTÔNIO PRADO DA SILVA, 33 anos, pedreiro, e CARLOS HENRIQUE DOS SANTOS, 23 anos, operador de guincho, condenados a viver por toda vida em cadeira de rodas, após sofrerem “acidentes” no trabalho.

ANTÔNIO DA SILVA sofreu queda de uma laje na obra da Construtora Modelo – Rua Geralda Rodrigues da Costa, 55, bairro Venda Nova, Belo Horizonte, no dia 29 de abril de 2011. A construtora “Modelo”, na ânsia de economizar e lucrar mais, não havia providenciado o escoramento devido da laje, o que causou a queda. Antônio prestava serviços terceirizados pela empreiteira Triângulo Construções em obra da construção do conjunto residencial do Programa “Minha Casa, Minha Vida”, mais corretamente denominado de “Sua casa, sua dívida, minha escravidão”.

CARLOS HENRIQUE DOS SANTOS operava o guincho da obra da Construtora Scala. O local de trabalho não tinha as plataformas e telas de proteção obrigatórias. O trabalhador foi atingido na cabeça por um tijolo que se desprendeu do 5º andar do prédio. Seu capacete quebrou e ele sofreu traumatismos craniano e na coluna. O operário além de ficar paraplégico, teve parte do cérebro afetado e com problemas no entendimento e na fala.

O Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte – MARRETA – impetrou ações na justiça exigindo indenizações para os operários ANTÔNIO PRADO DA SILVA e CARLOS HENRIQUE DOS SANTOS. São reparações devidas pelas construtoras que infelizmente nunca poderão reparar o mal maior de condenar esses operários a padecer de imobilidade pelo resto de suas vidas e a desestabilização de suas famílias.


Fonte:http://www.ligaoperaria.org.br

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